março é hoje

Cinatrium, 21h30

CICLO Desistir ou resistir, eis a questão


Dia 5
ESTRELA SOLITÁRIA, Wim Wenders, França / Alemanha / EUA, M/ 12, 2005, 122’

Estrela Solitária marca o regresso da colaboração entre Wim Wenders, realizador alemão com uma longa e notável carreira, e o escritor e argumentista Sam Shepard, mais de vinte anos depois de assinarem juntos um dos mais belos filmes do cinema contemporâneo: Paris.Texas, Mostrou nesse filme a sua capacidade para registar as características de certa parcela do povo americano e do ambiente muito peculiar de determinadas zonas do Sul dos Estados Unidos. Em Estrela Solitária retoma um tanto o mesmo rumo, através de um conto de sua autoria muito bem trabalhado para argumento cinematográfico com a colaboração de Sam Shepard, que em paralelo desempenha o principal papel.


Dia 12
CLIMAS, Nuri Bilge Ceylan, Turquia / França, M/ 12, 2006, 101’

O realizador e argumentista Nuri Bilge Ceylan estreia-se como protagonista junto da sua mulher, Ebru Ceylan, num filme que analisa com extrema crueza, e por vezes até um humor mordaz, as alterações da temperatura emocional de uma relação. O amor, o compromisso e o desejo vão do calor intenso ao frio gélido, do Verão mediterrânico ao rigoroso Inverno do leste. Climas (vencedor do Prémio Fipresci na edição de 2006 do Festival de Cannes) é um drama íntimo, onde as faces são a paisagem e onde, à falta de palavras, os sentimentos se revelam. Climas entra destemidamente num território caro ao que conhecemos por "cinema moderno": a intimidade conjugal, a radiografia da relação de um casal. Não por acaso, os nomes que mais têm sido citados a propósito de "Climas" são nomes de cineastas italianos - Antonioni ou Rossellini. O tipo de aproximação ao casal e à intimidade operado por Ceylan, entre silêncios e mistérios, ecoa de facto algum do cinema desses "avatares" italianos da modernidade, sem que haja nele qualquer matéria referencial.



Dia 19
A PONTE, Eric Steel, EUA / Reino Unido, M/ 12, 2006, 93’

Muitas pessoas optam por pôr termo à vida na Golden Gate Bridge mais do que em qualquer outro local no mundo. O concreto número de mortes nesse local é chocante mas talvez de forma alguma surpreendente. Se alguém se quiser suicidar, existe uma estranha lógica em seleccionar uma forma que é quase sempre fatal e um local que é mágico, misteriosamente belo.
O realizador e equipa de filmagem passaram o ano todo de 2004, um ano inteiro, a olhar cuidadosamente para a Golden Gate Bridge com câmaras ligadas durante todo o dia, a filmar a maior parte dos vinte e quatro suicídios e muitos outros que resultaram em tentativas falhadas. Adicionalmente o realizador captou quase 100 horas de entrevistas incrivelmente francas, profundamente pessoais e muitas delas tocantes, com as famílias e amigos destes suicidas, com testemunhas que estavam a caminhar, a andar de bicicleta, a conduzir na ponte, a surfar, a fazer Kiteboarding ou a andar de barco por baixo da ponte, e também com muitos de outros suicidas. A PONTE é um documentário alarmantemente profundo e poético, uma jornada visual e visceral por um dos tabus mais graves da vida. É um filme que vai garantidamente perdurar na sua mente depois de sair do cinema, quer queira, quer não. - Première Magazine

Dia 26
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA, Julian Schnabel, França / EUA, M/ 12, 2007, 122’

A 8 de Dezembro de 1995, um acidente vascular cerebral (AVC) mergulha o jornalista Jean-Dominique Bauby num coma profundo. Ao acordar, descobre que todas as suas funções motoras estão deterioradas. Está encerrado no seu corpo - apenas consegue controlar o movimento de um olho. E será esse órgão a sua ligação com o mundo e com a vida. Será a piscá-lo que começa por indicar "sim" ou "não" até avançar para a sinalização de letras do alfabeto, construindo palavras e frases. Será assim também que escreverá "O Escafandro e a Borboleta", cujas frases memorizou antes de ditar. Esse livro e este caso verídico estiveram na base deste filme protagonizado por Mathieu Amalric e realizado por Julian Schnabel, que conquistou o prémio de melhor realizador em Cannes 2007.

2 comentários:

Anónimo disse...

ficava aqui bem tb o paranoid park :)

beijinhos
Rafa

Anónimo disse...

ficava aqui bem tb o paranoid park :)

beijinhos
Rafa