O DIA MAIS CURTO


Está a aproximar-se O DIA MAIS CURTO, a grande festa da Curta Metragem!

Às 18:30 "O dia Mais Curto" em Faro arranca arranca com a (re)descoberta e agradável convívio do espaço da Fábrica dos Sentidos (Não sabes onde fica a Fábrica dos Sentidos? Espreita aqui!).
ÀS 22:30h Os Artistas aliam-se à Ar Quente e ao CCF para trazer um autêntico cabaz de natal cultural a Faro, Concertos, Cinema, Vídeo, Festa, na noite de 21 de Dezembro. Tiago Sa-Ga/Time for T traz o folk consigo. O CCF traz as curtas metragens, integrando a iniciativa europeia "O dia mais curto" (de celebração da curta metragem).Entre a apresentação de cada um desses filmes o DJ Pedro Mesquita passará alguns ‘curtos’ singles de 7’’ acompanhado com as projecções de video preparadas para o efeito por Ivo Beirão.


O Site Oficial aqui!

Celebraremos assim o Dia mais curto e a noite mais longa do ano com uma festa, música, filmes e video especialmente criada para a ocasião no melhor dos cenários de Faro.


No mesmo dia, entre as 16:00H e as 18:00H, a Aliança Francesa do Algarve, aliada com a Biblioteca Municipal de Faro organizou a sessão de cinema Le Jour Le Plus Court!

Mais informações sobre o evento aqui e aqui!


REINO ANIMAL| David Michôd| 2013 | 10.12.13 | Auditório do IPDJ, 21:30

DIA 10 DE DEZEMBRO
REINO ANIMAL, David Michôd, Austrália, 2010, 113’, M/16

FICHA TÉCNICA
Título Original: Animal Kingdom!
Realização e Argumento: David Michod
Montagem: Luke Doolan
Fotografia: Adam Arkapaw
Música: Antony Partos
Interpretação: Joel Edgerton, Ben Mendelsohn, Guy Pearce, Jackie Weaver
Origem: Austrália
Ano: 2010
Duração: 113’

SINOPSE
Que escolhas teria se crescesse numa família de criminosos? Reino Animal, vencedor do Festival de Sundance na categoria de Melhor Filme do Mundo, responde a esta questão.
Josh é um rapaz de dezassete anos que é atirado para uma situação complicada entre a sua família de criminosos e um detective de homicídios que pensa poder salvá-lo. Baseado nos fatos reais do tiroteio de Walsh Street.
Nomeação para o Óscar de Melhor Atriz Secundária 2011 (Jacki Weaver)

PRÉMIOS
Vencedor do “SUNDANCE FILM FESTIVAL 2010”

TRAILER
Aqui

CRITICA
Houve quem comparasse a estreia na longa-metragem do australiano David Michôd com os primeiros Padrinhos de Coppola - não por estarem ao mesmo nível, mas por olharem para o crime pelo prisma da família (ou será para a família pelo prisma do crime?). O “reino animal” do título é a selva vale-tudo da família criminosa que se dilacera cruelmente a si própria: no caso, o clã Cody de Melbourne (inspirado numa família que teve existência real), liderado por uma matriarca particularmente manipuladora (Jacki Weaver, nomeada para o Óscar de melhor secundária) e por um filho mais velho que não anda a tomar a medicação (Ben Mendelsohn, perfeito de inquietação).
No meio do jogo de tensões, cai Josh, o neto adolescente que cresceu afastado da família (James Frecheville, espantoso de contenção) e que começa rapidamente a perceber porque é que a mãe recém-falecida fez questão de o criar longe do ninho - mas que não consegue evitar ser arrastado para o turbilhão. É aí que reside, aliás, o sucesso desta estreia: o que parece começar como um jogo tenso do gato e do rato transmuta-se lentamente numa fortíssima tragédia familiar, mesmo que Michôd ainda deixe o andaime à mostra em excesso e não resista a sublinhar a traço grosso o que não precisa de o ser. O que não deixa dúvidas é a excelência do elenco e das interpretações, e a segurança com que Michôd leva a água ao seu moinho, invulgar para uma primeira longa. "Reino Animal" chega às salas portugueses com três anos de atraso (completado em 2009, viu estreia mundial em 2010). Se nunca é tarde para descobrir um bom filme em sala, é legítimo perguntar que distribuidores temos que não hesitam em despejar semanalmente obras menores ou dispensáveis apenas para cumprir calendário, enquanto levam três anos para lançar confidencialmente um bom filme...
Jorge Mourinha, Ípsilon
É uma revelação que chega das longínquas terras australianas: David Michôd (realizador e argumentista) consegue, com "Reino Animal", uma fusão exemplar de drama policial e crónica familiar.
Que sabemos do cinema australiano? Muito pouco, na verdade... Ou melhor, os filmes que vão estreando não chegam para conhecer a sua variedade criativa e, por vezes, somos dominados pelo lugar-comum segundo o qual a Austrália é apenas um país onde os americanos vão buscar as suas estrelas (Nicole Kidman, hélas!) ou rodar alguns dos seus filmes...
Daí a importância da estreia de "Animal Kingdom"  — entre nós, felizmente, com a tradução justa: "Reino Animal" —, além do mais um objecto pleno de emoções e subtileza narrativa que nos revela o talento de David Michôd, argumentista e realizador.

Michôd tomou como ponto de partida a história verídica de uma família, de Melbourne, que na década de 1980 protagonizou uma série de assaltos violentos. Quer isto dizer que estamos no interior de uma matriz mais ou menos policial. Em todo o caso, o que conta é menos a "acção" (no sentido banal do termo) e mais a tensão interior do próprio espaço familiar.

E há um efeito bizarro e perturbante que confere a "Reino Animal" uma certa respiração de western mais ou menos contemporâneo: por um lado, tudo acontece num território dominado por uma violência masculina e machista; por outro lado, a organização desse território tem no contundente poder da figura da mãe, interpretada pela notável Jacki Weaver (nomeada para o Oscar de melhor actriz secundária), uma decisiva força simbólica.

Aliás, importa sublinhar que, sem esquecer o rigor da mise en scène, este é um cinema intensamente enraizado no traabalho específico dos actores. Para além de Weaver, o elenco inclui o nosso bem conhecido Guy Pearce ("Memento"), o hiper-versátil Ben Mendelsohn (vimo-lo, recentemente, em "Como um Trovão") e ainda o jovem James Frecheville (um dos protagonistas de "Paixões Proibidas"). Tudo razões de peso para dizermos que há, de facto, um genuíno cinema made in Australia.

João Lopes, rtp.pt//cinemax/