Raridades

Há uns dias atrás, um amigo enviou-me o endereço url de um site onde poderiam ser vistos vídeos raros: www.bibi.vlog.br/
Explorei-o e descobri um filme que só vi uma vez e há muitos, muitos anos: L'Idée (1930-32, 26') de Berthold Bartosch (www.bibi.vlog.br/archive/2007/06/lidee.html ).

Trata-se de uma média metragem realizada com técnicas de animação e o tema é iluminista: o da liberdade de expressão como valor supremo e frágil, personificado na figurinha de uma mulher nua: a Ideia.
Consta que foi o primeiro filme a usar um instrumento musical electrónico na sua banda sonora: o Ondes Martenot.
Bartosch, nascido checo e falante de alemão austríaco, realizou-a em Paris sobre xilogravuras do belga Frans Masereel, publicadas em livro com o mesmo título do filme e prefácio de Herman Hesse. Com excepção dos conceitos gráficos e música (de Arthur Honegger), tudo no filme pertence a Bartosch: movimento, iluminação, conceitos de espaço e técnicas de animação. O autor usou camadas sobrepostas de vidro (até 4), iluminadas por debaixo, nas quais dispôs silhuetas recortadas em cartão e papel translúcido. A junção e articulação das partes que compõem as silhuetas foi realizada com sabão (no fim da vida, Bartosch comentava a Claire Parker, mulher de Alexeieff, outro realizador importante, que com sabão se podia fazer quase tudo!). O sabão também foi usado para produzir o halo de luz que se vê nas imagens. Esta é a técnica para os grafismos a negro. Para os grafismos a branco a técnica usada foi a da sobre-exposição (até 18 passagens). Esta também foi usada nos casos de multidões a passar transversalmente em relação ao plano da imagem.
Bartosch fez parte da equipa que trabalhou com Lotte Reiniger em dois dos seus filmes: O Ornamento do Coração Enamorado (1919) e As Aventuras do Príncipe Ahmed (1923-26, 81' a 18i/seg) a primeira longa-metragem de que há memória.

Que saiba, apenas existe à venda uma versão VHS deste filme em www.moviemail-online.co.uk/

(imagem disponível em MovieMail)




Algumas destas informações constam em Russett, R., Starr, C. (1976). Experimental Animation, Origins of a New Art. New York: Da Capo Press, Inc., pp.83-89.

Este site não tem só animações. Convido-vos a explorá-lo.
Marina Estela Graça

Festival Internacional de Vídeo do Algarve 2007-Premiados


FESTIVAL INTERNACIONAL DE VÍDEO DO ALGARVE 2007
VISIONAMENTO DOS FILMES SELECCIONADOS
AUDITÓRIO DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE SILVES 16 JUNHO 2007
Foi no passado dia 16 de junho de 2007 que decorreu a exibiçaõ e entrega dos prémios aos filmes seleccionados pelo Racal Clube de Silves que organiza este festival internacional de vídeo do algarve.
Aqui fica a lista dos premiados:
"Almas de uma terra"-Realização: Vitor Salvador-Portugal- (tema livre) 17m - 1ºlugar ex-aquo- Troféu Governo civil de Faro+Medalha Psa ouro+câmara de vídeo
"Entre a rocha e o mar"-Realização:Ana Filipa-Portugal-(documentário) 20m- 1ºlugar troféu governo civil de faro+prémio aluno de uma escola secundária+máquina fotográfica digital
"Do outro lado da linha"-Realização:Vitor Salvador-Portugal(tema livre) 17m-2ºlugar troféu governo civil de faro+medalha psa prata
"A Sombra"-Realização:Vitor S.Moreira da Costa-Portugal(ficção) 6m-3ºlugar troféu gverno civil de faro+medalha psa bronze+prémio juventude+máquina fotográfica digital
"The Packet"-Realização:Anthony Agius-Malta(tema livre) 8m -4ºlugar ex-aequo-menção honrosa
"Assalto"-Realização:Rui Canizes-Portugal(ficção) 13m- 4º lugar ex-aequo - menção honrosa
"Urbano"-Realização: Hernâni Duarte Maria (livre-experimental) 3m - 5º lugar ex-aequo-menção honrosa
" Desiste! " -Realização: Hernâni Duarte Maria(ficção) 5m- 5ºlugar ex-aequo -menção honrosa
"LUV"-Realização:Hernâni Duarte Maria(ficção)8m- 5ºlugaro ex-aequo-menção honrosa
É de louvar a iniciativa do racal clube abrindo os horizontes da 7ª arte aos novos talentos nacionais e incutir a nivel regional a paixão pelo cinema.Da parte que me toca estarei sempre atento e se estiver realmente com uma nova curta metragem participarei.Hernâni Duarte Maria (realizador)

Oiço vozes...

(Foto: Olivier Roller)

Em conversa com o Hugo Ramos Alves, compararam-se João César Monteiro e Luiz Pacheco. De estilo próximo, incorrigíveis e sem serem para corrigir, cáusticos e maravilhados com o poder da sua acidez, ambos foram (o Pacheco está vivo, não me entendam mal) enraivecidos, lindos, a bardamerdar tudo e todos, centrados apenas nas suas dores de viver. Ambos fizeram (não me entendam mal, o dos livros ainda vive) das quotidianas mazelas de terra e ar, de corpo e espírito, obra visível, partilhada, oferecida. Serão sempre, os dois, marginais (porque sim!) e encantatórios. Mas têm uma diferença inultrapassável. Não que os traga de compita, nem que a algum deles isso desse grande abalo. Mas, chegando às vozes, não há como a do Monteiro, que lhe está assim como aqueles olhos (e, do lado contrário, o Pacheco tem garrafais lentes para uma voz de igual modo garrafal), clara, lenta, direita ao ouvido sem precisar de ajustes. Se calhar é por isso que, quando vejo os filmes em que Monteiro entra como actor penso que todas as coisas, incluindo as feias, são as mais belas do mundo. Ler Pacheco, pelo contrário, faz-me canalizar a boa raiva. Eu contra ninguém, que é como mais gosto.


"PRAIA DE MONTE GORDO"

De Sofia Trincão e Óscar Clemente; betacam / 30' / 2006 / Portugal / Espanha

Para quem não viu, vale a pena lembrar que este filme vai ser transmitido Domingo, dia 26, cerca das 20.45 (depois dos Simpsons) no Programa Bombordo da RTP2 (se esta não se arrepender nem mudar de ideias) e, já agora, referir que o mesmo já participou em vários festivais internacionais de cinema, tendo ganho quatro prémios diferentes, com destaque para o Prémio do Público no último Documenta Madrid.
“Praia de Monte Gordo” é o segundo documentário da série de cinco, intitulada “BARCOS DO ALGARVE – UM LITORAL EM MUDANÇA”. O primeiro foi o “PRAIA DA LOTA 1989-2000” que foi também exibido no Programa Bombordo da RTP 2 e participou em alguns festivais internacionais.
Este documentário, de Sofia Trincão e Óscar Clemente, rodado entre 2005 e 2006, foi produzido pela ADRIP - Associação de Defesa do Património Natural e Cultural de Cacela, em conjunto com Labalanza PC, produtora de audiovisuais de Sevilha e teve o apoio a Câmara Municipal de Vila Real de Stº António e o patrocínio do “ Hotel Baía de Monte Gordo” , “ Dunamar Hotel Apartamentos” e “Restaurante O Tapas”. Que eu saiba, não teve quaisquer apoios das entidades cinematográficas nacionais oficiais (e outras coisas acabadas em ais) com tal desígnio.

Curiosidades

Lauro António criou um blogue onde convida a expor as escolhas fílmicas (limitadas a dez) de cada um. Está aqui. Não é uma ideia muito original, mas entretém sempre.

cineclubando com o carteiro de pablo neruda

um admirável filme banal, by the way.

(estava farta de não ter ali música original composta para um filme)

faça sugestões sobre filmes a exibir no CCF nesta caixa de comentários. quer?

Filmes de estreia comercial. Recentes (menos de 3 anos).
De preferência, que não tenham 'passado' nas salas comerciais de cinema de Faro.
E que nós não tenhamos já exibido, claro.
Que tal?

O divertido (o nostálgico) absurdo

No início de Moulin Rouge, de Baz Luhrman, há um plano sobre a cidade de Paris. É vertiginoso, panorâmico e em travelling bruto. Mostra a cidade (em "1900") estendida, alargada desde a torre Eiffel até um dos portões do Inferno de Montmartre. É uma imagem digitalizada, uma Paris irreal feita de postais antigos e placas gráficas do século XXI. Entre estes dois tempos, numa das inúmeras "idades médias" do cinema, Paris foi vista ainda noutro esplendor - o da cárie de Les Halles, na câmara alucinada de Marco Ferreri, num filme em que até o título é um delírio, Non Toccare la Dama Bianca. Dois ventres esburacados no centro da cidade, lado a lado, estão abertos aos olhos de banqueiros oitocentistas e de sociólogos de t-shirts universitárias, em digestão problemática das ossadas dos anos 60 e 70 do século XX (Confuso? Nem por sombras!...). Estes ventres maravilharam um espírito reguila o suficiente para dizer em voz (e caixa de produtora) bem alta "isto agora era a terra dos filmes e a gente brincava aqui aos índios e aos cowboys, sim?". Louco, sem nenhum adulto por perto que lhe dissesse "Ganhe juízo!", Ferreri chamou os amigos para brincar. Tudo louco. And yet... A maneira dedicada como responderam ao seu repto (que diz da amizade, da disponibilidade, mas também de uma época menos calculista, talvez, ainda pré-SIDA e pré- todos os moralismos e guias de carreira fílmica que se haveriam de seguir - daí a nostalgia) esses outros putos de rua (Mastroianni, Deneuve, Piccoli, Noiret, Tognazzi, Cuny, Reggiani, Bettoia, Villaggio,...) demonstra como levaram a sério a brincadeira. Mastroianni, por exemplo, é desde o início um dos pilares que resgatam Non Toccare... do rótulo indiferente de filme datado, de desvario colectivo. Pouco mais, aliás, no filme o consegue - essa teimosia de ocupar um lugar vago com a ideia de uma brincadeira; e a panorâmica final da cidade, desde o fundo das duas crateras de Les Halles, até ao fim, em que quase toda a Paris, poeirenta e castanha, feia e sem photoshop, já coube na câmara de Ferreri.

Mortes

Já muito se escreveu aqui sobre as mortes de Bergman e Antonioni e não pretendo acrescentar mais nada sobre isso. Quero apenas escrever duas linhas para assinalar a morte mais discreta de Edward Yang, cineasta de Taiwan, realizador dos admiráveis A Bright Summer Day (1991) e Yi-Yi (2000). Edward Yang morreu no dia 29 de Junho aos 59 anos.

Yi-Yi (2000)- Edward Yang

Águas Mil


A minha ausência da blogosfera deveu-se à rodagem do filme Águas Mil, segunda longa metragem de Ivo Ferreira. A rodagem durou 6 semanas e meia e decorreu no Alentejo, em Espanha na zona de Almeria, em Vila Real de Santo António, na Costa da Caparica e em Lisboa. São actores Gonçalo Waddington, Joana Seixas, Lídia Franco, Adelaide João, Cândido Ferreira e Hugo Tourita. A estreia está prevista para Abril de 2008.


há muito muito tempo...

... era este blog uma criança
que brincava no baloiço e ao pião...

um comentador - F. - disponibilizou em ficheiro partilhado pelo rapidshare a musiquinha ao lado, por sua vez sugerida por outro comentador - Miguel - a propósito de um post de um residente nesta casa - Rf.

(isto parece linguagem criptada)

bato no peito em acto de contrição, só ontem me lembrei. e tinha sido há um mês...

ali ao lado, Kool Thing dos Sonic Youth, freneticamente dançado em Simple Men de Hal Hartley.

(e tudo isto a propósito de Godard, veja-se como são as coisas por aqui)

irresistível dizer que...



... o temos na nossa dvdteca. mas nunca o exibimos. fá-lo-emos, com certeza. assim que estiver disponível no circuito comercial onde agora estreou. até porque esta versão de Torre Bela, uma das múltiplas montagens que Thomas Harlan dela fez, tem mais 20 minutos do que a que o Público lançou em dvd há uns anos atrás.

enfim, boas notícias.

foto encontrada aqui

Alpha Dog

Título Original: Alpha Dog
Tempo de Duração: 117 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: http://www.alphadogmovie.com/
Distribuição: Universal Pictures / Imagem Filmes
Direção: Nick Cassavetes
Roteiro: Nick Cassavetes
Produção: Sidney Kimmel e Chuck Pacheco
Música: Aaron Zigman
Fotografia: Robert Fraisse
Direção de Arte: Alan Petherick
Edição: Alan Heim

Meio desavisada, saira de casa para ver uma comédia com a Pfeiffer, acabei entrando para ver o filme do filho do John Cassavetes. E saí rendida. Sem nada ter de genial ou grandioso, mesmo em termos de estrutura, tem o toque do pai na direção de actores: seguro, mas quase como se ali não estivesse. Tem também os planos que se deixam ficar no rosto das personagens e que, sem serem claustrofóbicos, re-dimensionam o seu papel no ecrã. Tornando-os gigantes para, logo de seguida, esmagá-los como se nada fosse. Estão ali desarmados, a dizer coisas, a fazer coisas que, aparentemente, não tem qualquer consequência. Poderia estar a acontecer ali, na mesa ao lado da nossa enquanto estamos a espera que o garçon nos venha servir. Nenhum diálogo tem a profundidade necessária para que possamos levá-los a sério. A princípio parece um emaranhado de clichés e esteriótipos. Mas depois, já completamente tomados pelo filme, o menor fragmento de discurso se torna algo maior: participa da trama que, invariavelmente, nos conduz ao fim já prometido pela forma como começa o filme. Já sabemos o que nos espera. E é mentira. Nada do que a estrutura do filme indicia, nenhum aviso que ela possa nos dar, prepara-nos para o final, prepara-nos para o monólogo de uma Stone envelhecida entre a lucidez e o desespero: se Deus tem um plano para mim, que desça agora e me venha mostrar. E parece que ele não tem. Nem para ela nem para nenhum de nós. É um filme duro. Hopeless. Mas necessário e corrosivo qb.

roubando, por uma boa causa (e não é roubo, está identificada a fonte)

João Lopes em Sound + Vision - A imprensa de todo o mundo reflectiu sobre o desaparecimento de Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, dando particular ênfase aos seus efeitos sobre o trabalho de outros cineastas e o cinema em geral. Aqui ficam algumas pistas para artigos que, da notícia ao testemunho pessoal, nos dão conta do génio multifacetado de dois mestres: (clique para continuar a ler)

juke box - antonioni - música - arquivos

Ok. Já está. Jerry Garcia evocando Antonioni em 'cineclubando', e o Bach "Bergman" foi acrescentado ao 'arquivo musical'.

Tudo perfeitinho.

:-(

[:-( por estas entradas terem sido pelos motivos que foram]

Já agora: sabem que é Thomas Newman? Não?

Eu também não sabia até ter ido verificar a ficha técnica de 'O Bom Alemão'. É o compositor da banda sonora. E é o responsável por quase-quase-quase ter conseguido arruinar um filme inteiro.

Isto a propósito, claro está, de música de filmes, de música para cinema. De como bergman ou antonioni (e... e.... e.... e....) a sabiam escolher e introduzir, e outros tontos, como soderbergh, NÃO!

(grrrrrrrr)

Finalmente, tonta também eu: indicando locais do nosso site onde bergman se encontra e não fazendo o mesmo para antonioni?!?

para filmes exibidos por nós, clicar aqui, e escrever Antonioni no Campo "Realizador" (mesmo assim, a lista está incompleta)

já agora, livros de e/ou sobre que temos na nossa biblioteca (escrever Antonioni no campo "Nome do Realizador")

e, por último (também uma lista incompleta), os filmes que temos em vhs/dvd (de novo, escrever Antonioni no campo "Realizador")


[explicação extra: estas listas estão incompletas porque a actualização das bases de dados é um serviço que pagamos à parte ao nosso webmaster, e dinheiro é algo que - DEFINITIVAMENTE!! - não abunda por estas bandas]

As Irmãs de Gion” e “O Conto dos Crisântemos Tardios”, de Misoguchi

Foi editada recentemente uma caixa com dois filmes de Kenji Misoguchi: “As Irmãs de Gion” e “O Conto dos Crisântemos Tardios”, respectivamente de 1936 e 1939. Antes, tinha saído uma outra caixa com dois outros filmes do mesmo realizador, “A Espada de Bijomaru” e “Cinco Mulheres em torno de Utumaro” todos eles distribuídos pela Prisvideo (apesar de estes virem sem extras, não posso deixar de me congratular pela existência do DVD). Relativamente aos dois primeiros, poderia destacar as questões de enquadramento, os travellings, as panorâmicas. Há ainda algumas coincidências, como o facto de os dois filmes terminarem com duas personagens vítimas de acidente ou de uma doença fatal. Muito haverá a dizer sobre a condição da ‘mulher misoguchiana’.

No entanto, o que me prendeu mais a atenção, sobretudo nestes dois filmes, foi o questionar das tradições. No primeiro caso, a mana Ukemichi, a gueixa contestatária insurge-se contra a submissão da mana Omocha. O filme termina com a sublime declaração: “Porque é que existem gueixas neste mundo? Têm mesmo de existir? Isso está errado. Está completamente errado. Eu queria… Eu queria que elas nunca tivessem existido!” Estamos em 1936, no Japão…

No outro filme, Kikunosuke o aprendiz de actor de kabuki, filho de um actor famoso, aproxima-se demais de Otoku, uma criada (ama do irmão). Pelo facto de ser sincera quanto ao talento do jovem patrão, mas, sobretudo, por ser vista com ele, sozinhos em casa, foi despedida: “Há rumores e isso é mau. Por isso estás despedida” diz-lhe a dona da casa. Contra a vontade do pai e arriscando a sua carreira, Kikunosuke vai viver com Otoku, sujeitando-se a inúmeras dificuldades. Feito em 1939, o filme retrata a sociedade japonesa do final do século XIX, em Tóquio.

Mizoguchi põe em questão os valores tradicionais, numa época conturbada, em vésperas de uma guerra em que o Japão sairia com muitas feridas. Quando me foquei nestas declarações, não pude deixar de reparar como esta mensagem não podia ser mais actual.
Porque é que as coisas têm que ser assim?! Há que ter cuidado com os rumores…

Mundo Cão


Os MUNDO CAO são um projecto rock (dito de forma abrangente e descomplexada sem a procura de rotulos tao em voga hoje em dia). A imagem e o reconhecimento dos musicos junto dos mais atentos observadores do mundo da musica portuguesa e ja um capital inalienavel. As cara conhecidas da sociedade juntam-se as caras reconhecidas por um publico fiel a... boa musica...
Pedro Laginha colaborara ja com os Mao Morta de Miguel Pedro, no clip de "Cao da Morte" e posteriormente em alguns temas do ultimo album dos mesmos ("Gumes" com Adolfo Luxuria Canibal, e coros em "Estilo" e "Vertigem"). Dessas, muito positivas, colaboracoes, sobressai a disposicao de se fazer "algo mais"...O esboço dos Mundo Cao nascia muito provavelmente por esta altura...

Mundo Cão é um projecto que reúne um conjunto de elementos bem conhecidos do panorama musical português e não só.
Pedro Laginha, mais conhecido como actor, é o vocalista da banda; Miguel Pedro é um dos membros fundadores dos Mão Morta e baterista dos Mundo Cão; Vasco Vaz, companheiro de Miguel nos Mão Morta e guitarrista; Budda foi guitarrista dos Big Fat Mamma e por fim o elemento menos conhecido, Duarte Nuno no baixo.
Mundo Cão é uma banda de Rock cantada em português, sem procurar qualquer tipo de rótulos.
Apreciem e desfrutem deixo-vos aqui o link para o videoclip http://br.youtube.com/watch?v=ajDUGUqq_Go
Quem quiser adquirir o albúm digam algo , já o tenho!!!!
Bom rock e em português!!!!

IMAGO FILM FESTIVAL- CLIX MICROMOVIES


Encontra-se online a competição de curtas metragens englobadas no festival imago film festival.
Passem pelo site e apreciem alguns novos valores do futuro cinema português.
tenho duas curtas experimentais a concurso Walking e Urbano.

Explosão de confusões


(Blow-Up)

Ontem, no Jornal da 2:, a evocação de Antonioni (creio que escrita e lida por Rui Lagartinho, mas a minha memória é traiçoeira) foi ilustrada por imagens de três filmes: enquanto falava sobre L'Avventura, lá se via a Monica Vitti; Jeanne Moreau e Marcello Mastroianni conversavam sob as palavras do locutor acerca de La Notte. Mas, ao dizer Blow-Up, o écran mostrou a explosão silenciosa do final de Zabriskie Point e, sobre este, nem uma palavra; à explosão seguiu-se um bocadinho da sequência da partida de ténis, essa sim, do Blow-Up. Fiquei sem saber se o locutor saberia que o que blows up na cena mostrada não é do filme com explosão no título. Mas fiquei com a certeza de que quem não conhecesse a obra de Antonioni e visse aquele "apontamento de reportagem" ficaria a pensar que a casa a explodir é de um filme chamado Blow-Up. E isso não está muito bem. Vão lá ver o finalzinho do filme, para acabar com as dúvidas (e limpar olhos e ouvidos, se bem que para tal terão de fingir que não está lá o "So Young" de Roy Orbison*).

*Ao que parece, terá sido a produtora que incluiu o tema, à revelia do realizador, já depois de Antonioni ter entregue o filme termindao: "I didn't know anything about that song," says [Harrison] Hall, "until I went to one of the first actual public showings of the film, at a theater in Westwood in Los Angeles. At the end of the movie, we had the explosion music, which I thought was quite effective. Then, all of a sudden, there was a freeze frame - I went 'What the Hell?' - and this droning sound [began coming out] of the speakers. I love Roy Orbison. But my God, it's a horrible song." (Daqui.)

(Zabriskie Point)