FERRUGEM E OSSO, Jacques Audiard, França/Bélgica, 2012, 120’
Ficha Técnica:
Argumento
- Jacques Audiard, Thomas Bidegain
Director de Fotografia - Stéphane Fontaine
Decoração - Michel Barthelemy
Música - Alexandre Desplat
Montagem - Juliette Welfling
Som - Brigitte Taillandier
Director de Fotografia - Stéphane Fontaine
Decoração - Michel Barthelemy
Música - Alexandre Desplat
Montagem - Juliette Welfling
Som - Brigitte Taillandier
Título
Original / Internacional: De rouille et d'os
Ano de Produção: 2012
País: França
Género: Longa-metragem
Duração : 120´
Ano de Produção: 2012
País: França
Género: Longa-metragem
Duração : 120´
SINOPSE
Alain (Matthias Schoenaerts) é um homem solitário que se depara com a
necessidade de cuidar sozinho de Sam, o seu filho de cinco anos. Sem
emprego, decide mudar-se para casa da irmã, em Antibes, no Sul de
França. Aí, consegue trabalho como segurança numa discoteca onde, por
mero acaso, conhece Stéphanie (Marion Cotillard), uma bela treinadora de
orcas cuja vida parece saída de um conto de fadas. Alain leva-a a casa e
deixa-lhe o seu número de telefone. Uma noite, ela liga-lhe. Um
acidente deixou-a paraplégica e ela sente-se completamente perdida e
infeliz. Alain vai ajudá-la e, entre duas pessoas absolutamente
diferentes, acaba por nascer um amor profundo e redentor.
Um filme dramático sobre segundas oportunidades com argumento e realização de Jacques Audiard, o aclamado realizador de "Nos Meus Lábios" (2001), "De Tanto Bater o Meu Coração Parou" (2005) e " Um Profeta" (2009).
Um filme dramático sobre segundas oportunidades com argumento e realização de Jacques Audiard, o aclamado realizador de "Nos Meus Lábios" (2001), "De Tanto Bater o Meu Coração Parou" (2005) e " Um Profeta" (2009).
TRAILER:
CRÍTICA:
Jacques Audiard é um
dos mais interessantes cineastas contemporâneos a trabalhar o realismo
competente e eficaz, não excessivamente lamentado. Se nos dois filmes
anteriores esse método de trabalho era evidente e brilhantemente construído, em Ferrugem
e Osso há algo que se modifica. E esse agente de mudança influencia na
construção de um objecto - e aqui começamos pelo negativo - que em demasiados
momentos apresenta um excesso de comiseração, um sentimentalismo exacerbado,
bem como uma espécie de estética da dor, largamente embelezada. Falta-lhe a
crueza de outros seus trabalhos, porque se perde no tom melodramático não raras
vezes, quase fascinado pelo rol de desgraças que desvenda (literalmente!) do
início até ao fim da trama. É esse o maior ponto negativo que temos a apontar.
Felizmente fica-lhe ainda bastante do seu talento (que quase tem de sobra) e constrói um intenso drama, com imagens de uma crueldade extrema e por vezes quase sádica para com o espectador. Manobra e manipula as personagens a seu bel-prazer, inflige-lhe um sofrimento que as leva ao fundo do poço e arrasta o espectador consigo e apresenta uma série de momentos absolutamente incríveis do ponto de vista cinematográfico e emocional. Mas se o filme fosse apenas isso não brilhava tanto. Felizmente Jacques Audiard tem uma capacidade extraordinária de dirigir os seus actores como poucos e Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts formam uma notável dupla de seres humanos danificados, física e emocionalmente, uma espécie de The Beauty and the Beast, ele um bruto gentil, ela uma bela e ávida mulher (que depois por assumir também ela um lado de monstro que a leva às profundezas) ou um The Wizard of Oz, ele sem coração, ela sem pernas, que se unem para encontrar o sentido da vida. É uma beleza trágica aquela que o filme nos apresenta e que os actores levam ao expoente máximo, como raras vezes se vê no cinema, conduzida de uma forma inteligente (até no modo como faz um raro competente uso do CGI).
Tiago Ramos
Felizmente fica-lhe ainda bastante do seu talento (que quase tem de sobra) e constrói um intenso drama, com imagens de uma crueldade extrema e por vezes quase sádica para com o espectador. Manobra e manipula as personagens a seu bel-prazer, inflige-lhe um sofrimento que as leva ao fundo do poço e arrasta o espectador consigo e apresenta uma série de momentos absolutamente incríveis do ponto de vista cinematográfico e emocional. Mas se o filme fosse apenas isso não brilhava tanto. Felizmente Jacques Audiard tem uma capacidade extraordinária de dirigir os seus actores como poucos e Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts formam uma notável dupla de seres humanos danificados, física e emocionalmente, uma espécie de The Beauty and the Beast, ele um bruto gentil, ela uma bela e ávida mulher (que depois por assumir também ela um lado de monstro que a leva às profundezas) ou um The Wizard of Oz, ele sem coração, ela sem pernas, que se unem para encontrar o sentido da vida. É uma beleza trágica aquela que o filme nos apresenta e que os actores levam ao expoente máximo, como raras vezes se vê no cinema, conduzida de uma forma inteligente (até no modo como faz um raro competente uso do CGI).
Tiago Ramos
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