Título original: Trudno byt bogom
Realização: Aleksey German
Argumento: Aleksey German e Svetlana Karmalita, adapatação da obra homónima de Arkadiy Strugatskiy e Boris Strugatskiy
Montagem: Irina Gorokhovskaya
Fotografia: Vladimir Ilin e Yuriy Klimenko
Música: Viktor Lebedev
Interpretação: Gali Abaydulov, Yuriy Ashikhmin, Remigijus Bilinskas, Valeriy Boltyshev
Origem: Rússia
Ano: 2013
Duração: 170’
Realização: Aleksey German
Argumento: Aleksey German e Svetlana Karmalita, adapatação da obra homónima de Arkadiy Strugatskiy e Boris Strugatskiy
Montagem: Irina Gorokhovskaya
Fotografia: Vladimir Ilin e Yuriy Klimenko
Música: Viktor Lebedev
Interpretação: Gali Abaydulov, Yuriy Ashikhmin, Remigijus Bilinskas, Valeriy Boltyshev
Origem: Rússia
Ano: 2013
Duração: 170’
CRÍTICA
É Difícil Ser Deus foi o
último filme de Alexei German (1938-2013), cineasta russo pouco conhecido em
Portugal (fora passagens na Cinemateca e na “velha” RTP2), e autor de uma obra,
como se costuma dizer, “bissexta” (apenas seis longas-metragens em quase 50
anos de carreira), German começou a rodagem de É Difícil
Ser Deus no
ano 2000, o filme teve uma gestação complicada e demorada, e o realizador, que
morreu no início de 2013, já não assistiu à primeira apresentação pública da
sua obra.
Os seus outros filmes são olhares, mais
ou menos enviesados, sobre a História soviética, por vezes recorrendo a uma
espécie de sátira — como no imediatamente anterior Krustaliov,
O Meu Carro!, que visitava a paranóia estalinista.
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German filma num preto-e-branco soberbo, Sokurov filmava a cores, mas os filmes encontram-se no “levantamento” que fazem de elementos de uma “estética do feio”, inclusivamente colhidos na pintura histórica, sendo evidentes, no caso de German, as “presenças” de Brueghel ou Bosch. É Difícil Ser Deus é um trabalho de bricolage visual impressionante: os longos planos cheios de movimento interno, a câmara sempre móvel a varrer os cenários, uma enorme quantidade de detalhes visuais em cada plano — como se fosse um dos últimos filmes pensados para as dimensões de uma grande tela de cinema. Também é massacrante, até mesmo em termos “poéticos” — o que é que exprime, hoje, este mundo feio e bárbaro, o que valia para a URSS dos anos 60 (quando o romance foi publicado) volta a valer para a Rússia de Putin? Na boa tradição do cinema soviético “indecifrável”, que é a origem de German, o filme não explica nada, é feito para deixar o espectador a matutar. É, em todo o caso, uma experiência impressionante, que tem tudo para dividir os espectadores, entre os que ficarão esmagados e os que ficarão, apenas, exasperados. Outros, porventura menos mas é o nosso caso, ficarão pelo meio termo.
Luís
Miguel Oliveira, publico.pt/
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