MUSTANG | 15 MARÇO | 21H30 | IPDJ


MUSTANG
Deniz Gamze Ergüven
França/Alemanha/Turquia/Qatar, 2015, 97’, M/14



FICHA TÉCNICA
Título Original: Mustang
Realização: Deniz Gamze Ergüven
Argumento: Deniz Gamze Ergüve, Alice Winocour
Interpretação: Günes Sensoy, Doga Zeynep Doguslu, Tugba Sunguroglu, Elit Iscan, Ilayda Akdogan
Montagem: Mathilde Van de Moortel
Fotografia: David Chizallet e Ersin Gok
Música: Warren Ellis
Origem: França/Alemanha/Turquia/Qatar
Ano: 2015
Duração: 97’




FESTIVAIS E PRÉMIOS
ACADÉMIE DES CÉSAR - Melhor Primeiro Filme, Melhor Argumento Original, Melhor Banda-sonora original, Melhor Montagem
PRÉMIO GOYA 2016– Melhor Filme Europeu
CANNES FILM FESTIVAL 2015 – Prémio Label Europa Cinemas + Nomeações Golden Camera, Queer Palm
MELBOURNE INTERNATIONAL FILM FESTIVAL 2015 – Nomeação People's Choice Award
ODESSA INTERNATIONAL FILM FESTIVAL 2015 – Prémios Golden Duke Grand Prix, Best Director
PHILADELPHIA FILM FESTIVAL 2015 – Nomeação Narrative Award
SAKHALIN INTERNATIONAL FILM FESTIVAL 2015 – Prémios Grand Prix, Special Jury Prize
SARAJEVO FILM FESTIVAL 2015 – Prémio Best Film
ACADEMY AWARDS 2016 – Nomeação Best Foreign Language Film of the Year
GOLDEN GLOBES 2016 – Nomeação Best Motion Picture - Foreign Language



CRÍTICAS
Quanta garra nesta primeira longa-metragem da turco-francesa Deniz Gamze Ergüven. Nome a decorar, com certeza. Nomeado aos Óscares, na categoria de filme estrangeiro, pela França (embora se fale turco, a produção é francesa), Mustang é um objeto interessantíssimo pela sua vitalidade política, numa imagem não imediatamente política. 
Cinco irmãs adolescentes presas em casa, depois de uma tarde de inocente brincadeira com rapazes (aos olhos néscios da aldeia, pecaminosa), é a conjuntura que lança as sementes do ódio. Os casamentos arranjados sucedem-se, mas o sonho de fugir para a cidade - Istambul - não esmorece completamente: esse idêntico sonho encontramos em As Três Irmãs, de Tchékhov, como lembrou a realizadora em entrevistas. 
Ao mesmo tempo que a revolta toma conta dos espíritos - o do espectador incluído - o filme de Ergüven não se desliga nunca do feitiço feminino, do simples "estar juntas" destas irmãs, atrizes não profissionais, claramente escolhidas a dedo. Até nessa naturalidade, bem longe de academismos, se respira a alma da palavra: Mustang, cavalos "sem dono", filme bravo. 
Inês Lourenço, dn.pt



A história passa-se numa remota aldeia turca, onde cinco irmãs em diferentes estágios da adolescência são apanhadas por uma vizinha a cometer um crime terrível: brincar com um bando de rapazes na saída da escola. As punições não se fazem esperar e passam, principalmente, por casamentos apressados em geral não consentidos.
Mustang tem um conteúdo proselitista na extrema clareza da sua mensagem sobre o machismo do Islão, cuja exposição tem o vigor do preto-no-branco do argumento (da realizadora do filme, Deniz Gamze Ergüven, e de Alice Winocour, realizadora de Augustine): de um lado estão os bons, as meninas oprimidas, de outro os maus – os homens, obviamente, mas também as mulheres mais velhas, o seu verdadeiro pelotão de frente.
A energia é contagiante e Ergüven retrata com muita câmara na mão a intensidade nervosa própria da idade das suas estrelas, assim com os seus irrefreáveis (daí o título) impulsos de liberdade – simbolizadas na forma como filma-lhes os corpos e os seus longos cabelos. O recurso também serve para registar o seu progressivo estado de sítio – quando são encurraladas física e espiritualmente.
Roni Nunes, c7nema.net


TRAILER


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