AMANHÃ
Cyril Dion e Mélanie Laurent
França, 2015, 118’, M/12
FICHA TÉCNICA
Título Original: Demain
Realização: Cyril Dion e Mélanie Laurent
Argumento: Cyril Dion
Montagem: Sandie Bompar
Fotografia: Alexandre Léglise
Música Original: Fredrika Stahl
Origem: França
Ano: 2015
Duração: 118´
FESTIVAIS E PRÉMIOS
Prémios César — Melhor Documentário
CRÍTICA
Um documentário com experiências e ideias
para travar o rumo de um futuro negro para a Humanidade.
O Armagedão
está no horizonte do flm deste século? Os diversos vetores que interagem para
decidir o futuro imediato da Terra e o nosso enquanto espécie nela dominante
convergem para uma tempestade perfeita? Esfalfam-se os cientistas para prever
ou prevenir, sendo verdade que ninguém sabe ao certo o que resultará da
confluência do aquecimento global, da sobrepopulação, do esgotamento do
petróleo, da escassez de água potável e de um modelo económico em que o
crescimento constante é condição necessária para que não haja um colapso
global. “Amanhã” é um filme que fala destas coisas. Não estamos, contudo, em
presença de mais um documentário ecofundamentalista ou áugure da catástrofe - matéria de que estamos todos demasiado
cansados e, valha a verdade, muito descrentes. Ainda me lembro das tenebrosas
previsões do MIT no início dos anos 70 que prometiam, para os dias de
agora, um mundo sem energias fósseis economicamente viáveis. Também me lembro,
no meu derradeiro ano de licenciatura no Técnico, de frequentar uma cadeira
opcional (Propagação de Ondas Eletromagnéticas em Plasmas, creio que assim se
chamava) de que, mais de quatro décadas depois, guardo uma memória difusa.
Todavia, recordo com precisão algo que o professor disse numa aula: que a fusão
nuclear ia ser a fonte de energia global num próximo futuro e que resolveria,
de vez, todos os problemas energéticos da Humanidade, pela simples razão de a
sua ‘matéria-prima’ ser a água - e esta
constituir a maior parte da superfície do nosso planeta. Nem o catastrofismo do
MIT nem a boa nova que aquele professor me anunciou se verificaram. Sabemos,
contudo, que é uma questão de tempo. Será para 2100 o Armagedão?
“Amanhã” diz-nos que sim, mas não é sobre essa
previsão que se demora. Antes, os seus realizadores (os franceses Cyril Dion e
Mélanie Laurent) foram, mundo fora, em busca de gente e de experiências em
curso que agem com vista a contrariar o presságio. Da Índia aos Estados Unidos,
de Inglaterra a França, encontraram não poucos exemplos de novas ideias em prática.
E que funcionam. O filme não diz que é possível estender esses exemplos ao conjunto
das nações, ou sequer que algumas ideias nele aventadas e nunca experimentadas
sejam operativas para mudar o curso do mundo. É, todavia, estimulante saber
que, na Índia, há um político local que foi capaz de ultrapassar a milenar
divisão social em castas; ou que, na velha Albion, há comunidades que começaram
a criar moeda própria como modo de estimular a economia regional; ou que, em
San Francisco, o programa Zero Desperdícios já tem 80% de êxito, estando os 100%
num horizonte previsível, com ações maciças de reutilização, compostagem e
reciclagem de resíduos e uma consequente dinamização económica, criação de
emprego, aproveitamento de recursos; ou que há programas de sucesso de energia
eólica em Copenhaga; ou o milagre de uma pequena exploração agrícola na
Normandia que, utilizando a permacultura, consegue índices de produtividade
muito superiores à exploração intensiva que hoje é norma; ou que é possível uma
fábrica funcionar com grande rentabilidade e um severo respeito pelo meio
ambiente. E será útil acrescentar ao sistema político representativo, um senado
de cidadãos designados... por sorteio entre a população? Talvez o mundo se não
salve assim, mas é bom saber que há quem esteja em movimento. “Amanhã”
impele-nos a não ficar quietos. E isso é bom.
Jorge
Leitão Ramos, Expresso
ENTREVISTA
COM CYRIL DION E MÉLANIE LAURENT
Como é que
se encontraram? Como é que nasceu o projecto para este filme?
CYRIL DION: Remonta a 2011. Na altura, eu dirigia o
movimento Colibris, que tinha co-fundado com o Pierre Rabhi e com alguns
amigos. Organizámos uma operação intitulada “Todos Candidatos” com o objectivo
de mobilizar o máximo de pessoas para a campanha presidencial em 2012.
MÉLANIE LAURENT: Encontrei o Pierre Rabhi num jantar
com a Danielle Mitterand. Ele falou-me da campanha, dei-lhe o meu número, e o
Cyril telefonou-me alguns dias mais tarde para participar nela. Eu levei o meu
irmão, a minha mãe, os meus amigos, o meu namorado, a minha afilhada...
CD: Rapidamente, a Mélanie quis que eu lhe mostrasse
iniciativas que “mudam o mundo”... Eu levei-a à quinta do Bec Hellouin na
Normandia, com a Pierrine e o Charles Hervé-Gruyer (que filmámos em Amanhã). No caminho, demo-nos conta de que
tínhamos muitos interesses em comum. Falei-lhe do projecto para um filme que
nunca tinha chegado a concretizar. Uma coisa levou à outra, e eu pensei que
precisávamos mesmo de fazer este filme juntos. Ela disse logo que sim e
dedicou-se totalmente.
O filme
parte de um estudo científico publicado em 2012 na revista Nature. Este estudo, bastante devastador,
anuncia um colapso generalizado dos nossos ecossistemas, e portanto do fim das
condições de vida estáveis na Terra...
CD: Eu comecei a escrever este filme em Dezembro de
2010. Na altura, já pensava que anunciar as catástrofes não seria suficiente.
Era necessário propor uma visão para o futuro. Cada pessoa tem a necessidade de
se projectar, um pouco como quando as pessoas sonham com as suas novas casas e
fazem planos de arquitectura.
Ora, os planos de arquitectura para a sociedade de
amanhã não existiam. A minha intenção principal era transpor estes planos para
um filme... Mas estava envolvido em demasiadas actividades diferentes para me
dedicar seriamente a isso. Em Junho de 2012, tive um esgotamento. Um mês mais
tarde, descobri o famoso estudo de Anthony Barnosky e Elizabeth Hadly. Nunca um
estudo tinha tido tal efeito em mim. O meu próprio colapso encontrava-se com o
colapso programado da sociedade. Disse para mim próprio que era altura de fazer
aquilo que importava mais para mim e de meter este filme a andar. Demiti-me do
meu cargo na Colibris e comecei a dedicar-lhe a maior parte do meu tempo.
ML: Li o estudo enquanto estava fora da cidade, fiquei
em choque, passei o dia a chorar e amaldiçoei o Cyril por me ter mergulhado em
tal desespero. Até à descoberta desse estudo, tratava-se “apenas” de fazer um
filme positivo. De repente, tornou-se um filme necessário e isso foi um motor
formidável. Na minha vida
como actriz, tinha já várias trabalhos agendados,
anulei alguns deles para poder me dedicar realmente.
Agricultura,
energia, o filme aborda os temas clássicos da ecologia. Depois, de repente,
conduz-nos para uma história mais global e fala-nos de economia, de educação,
de política...
CD: Nós queríamos mostrar que tudo está ligado. Que
não é possível tratar os problemas separadamente. A agricultura ocidental, por
exemplo, está totalmente dependente do petróleo. Mudar de modelo agrícola, é
também mudar de modelo energético. Mas a transição energética é cara, por isso
é necessário abordá-la de um ângulo económico. Infelizmente, hoje em dia a
economia é criadora de desigualdades e largamente
responsável pela destruição do planeta, é preciso
regulá-la democraticamente. Mas, para que uma democracia funcione, ela deve
apoiar-se em cidadãos esclarecidos, que educámos para serem livres e
responsáveis...
Amanhã é um
filme entusiasta, ecológico e humanista?
ML: Não é um documentário ecológico, é um olhar sobre
a sociedade tal como ela poderá ser amanhã... Chegámos bruscamente a uma época
em que as pessoas já quase não se falam, não se encontram, estamos sempre a
julgar os outros, deixou de haver empatia. Subitamente, o filme mostra-nos
pessoas que agem em conjunto, que discutem questões em torno de framboesas.
Estas iniciativas criam pequenas comunidades que estão muito longe do cliché das pessoas ecológicas enfiadas na sua
cave. Era importante ter personagens com as quais nos identificássemos, e com
as quais as pessoas se possam identificar.
CD: Nós queremos dar aos espectadores vontade de
viverem naquele mundo, de ser como estes novos heróis que não são milionários,
nem estrelas, mas são corajosos, belos, humanos...
Pessoas normais que criam hortas, abrem
superescolas... Depois de verem o Charles e a Perrine na sua luxuosa quinta em
permacultura, mesmo o nosso produtor, que não tem um espírito propriamente
camponês, teve vontade de ir cultivar legumes! O mesmo para o nosso
distribuidor! Era esse o desafio.
ML: As pessoas não têm vontade de ser confrontadas com
coisas assustadoras. No entanto, temos que enfrentá-las, não temos outra
escolha. Então, para termos a força para reagir, temos necessidade de soluções,
acessíveis, felizes... É por esta razão que mostramos todas estas pessoas que
fazem com que não seja assim tão doloroso. Não é necessário largar tudo, mudar
de vida, viver isolado numa quinta e esperar a autossuficiência... Todas as
iniciativas apresentadas estão ao nosso alcance, nas nossas vidas,
e podem ser postas em prática a partir de amanhã.
A narração
de Amanhã é traçada a partir de um objecto de estudo. Mélanie faz de ingénua,
Cyril de pedagogo. Também era importante ser didáctico, estudar todos os lados
da questão?
CD:Não tenho a ideia de que sejamos apenas didáticos!
O objectivo principal era contar uma história. Nós fomos muito influenciados
por um ensaio de Nancy Huston, L’espèce fabulatrice, que mostrava a que ponto
os seres humanos se constroem em torno de ficções individuais e colectivas. O
mundo de hoje em dia
nasceu em torno do mito do progresso, uma história à
qual todos aderem. Estimular um novo impulso necessitava antes de mais de
construir uma nova história. Daí o lado road-movie e todas as nossas aventuras
em cada novo lugar. Depois, foi necessário tornar acessível e o mais simples
possível assuntos muitas vezes áridos como a criação monetária...
ML: E para estarmos certos de chegar a esse ponto,
tivemos conversas intermináveis ao preparar o filme. Eu dizia ao Cyril: “Vamos
mesmo falar de economia?”. Ele respondia-me: “Sim, vais ver, é muito simples.”
Então, ele explicava-me, e quando eu não entendia nada ele recomeçava, até
àquilo que considerávamos
ser um bom ângulo.
As
iniciativas que vocês mostram são obviamente inspiradoras mas sejamos
realistas, elas não representam a profundidade do tema. Tendo em conta os
desafios, elas não serão suficientes para
evitar o
famoso colapso previsto por tantos estudos como aquele que vocês citam.
CD: A nossa intenção não era fornecer uma resposta
absoluta para evitar o colapso mas sim contar uma nova história. Contribuir,
mesmo que de forma modesta, para a emergência de uma nova cultura, novas
representações do mundo. Inicialmente, tínhamos a necessidade de mudar de
imaginário e, em cada época, essa era a responsabilidade dos artistas (entre
outros), de produzir livros, filmes, quadros, canções... que descrevem essas
mutações.
ML: No final, essas iniciativas como a permacultura,
as moedas locais, as energias renováveis, desenham um mundo possível. Aquilo
que pode parecer desmotivante, é que não se trata de iniciativas isoladas, mas
ao mesmo tempo elas podem ser reunidas! Existe já um mundo que está no caminho
certo, onde
tudo é possível. As soluções já estão disponíveis, em
todos os amanhãs, é obrigatoriamente inspirador!
CD: Os cépticos de hoje verão que, daqui a 20 ou 30
anos, assim que os recursos sejam cada vez mais escassos, que os refúgios
climáticos serão ainda mais numerosos do que hoje em dia, que a
produtividade agrícola caíra, que não haverá outra
possibilidade senão mudar. Todas estas iniciativas vão no sentido da História,
não temos escolha. Elas são as premissas de uma nova civilização e de uma nova
cultura. Todos os nossos interlocutores nos falaram de resiliência. Como fazer
no dia em que tudo mudar de figura? Como continuar a comer? Como produzir
energia? Como fazer para que um mínimo da economia sobreviva? Estas questões
preocupam pessoas que não se conhecem e que vivem em dez países diferentes.
Elas dizem-nos todas a mesma coisa. É um dos eixos mais fortes do filme: a
diversidade, o desejo de autonomia, a criação, de comunidades humanas para
entrar em acção.
Como é que
se passou a repartição de tarefas entre vocês?
ML: Não foi feita logo! Inicialmente, andávamos um
pouco a querer fazer tudo a dois. Mas depois aprendemos...
CD: De um ponto de vista operacional, a Mélanie tomou
mais as rédeas da rodagem e eu da montagem. Para isso, cada um consultava o
outro e enriquecia o seu trabalho. Dávamos indicações gerais e juntos
validávamos o resultado.
ML: Eu concentrei-me na forma, na parte artística, nas
imagens. Todas as noites, o Cyril explicava-nos o que íamos filmar no dia
seguinte, as pessoas que íamos encontrar, o que ele queria que aquilo contasse.
De seguida, com o Alexandre Léglise, o director de fotografia, cortávamos as
sequências e reflectíamos sobre a melhor forma de colocar em imagens cada
iniciativa, na sua especificidade. Na Escandinávia, por exemplo, usámos uma
lente oscilante para obter desfoques suaves que acrescentavam uma dimensão
onírica e poética. De uma forma geral, nós queríamos colar-nos à realidade e
acrescentar-lhe alma, um toque artístico.
CD: Da minha parte, eu tinha o tempo e o espaço para
estabelecer uma relação com aqueles que íamos filmar, preparar as entrevistas.
Tínhamos necessidade de sentir, nas imagens, que tinha tido lugar um verdadeiro
encontro, que estávamos a produzir algo de íntimo. Era preciso que tudo fosse
vivo, que
sentíssemos os locais, os ambientes. Não queríamos que
as pessoas nos contassem aquilo que fazem, queríamos vê-las a fazê-lo. Por
exemplo, na escola finlandesa, para lá da sua prática educativa, sentimos que
as pessoas são felizes, que se passa lá algo de diferente.
ML: Filmámos as pessoas na sua vida e esperámos que se
fizesse magia, sem encená-los. Na quinta do Bec Hellouin, pedimos logo ao
Charles e à Perrine o seu programa para o dia, para filmar o que eles iriam
fazer. Na Índia, acompanhámos as pessoas no seu quotidiano. E era tudo tão belo
que por vezes bastava colocar a câmara no exterior. A luz, as cores, já estava
tudo lá...
A propósito,
este filme não é simplesmente vosso, é também de milhares de pessoas...
CD: De 10.266 pessoas para ser exacto! Para iniciar o
financiamento, lançámos uma campanha na plataforma de crowdfunding
KissKissBankBank. Queríamos reunir 200 mil euros em dois meses. E
conseguimos... em dois dias! E no final desses dois meses, tínhamos perto de
450 mil euros. É o recorde mundial de angariação de fundos para um
documentário!
ML: O resultado ultrapassou os nossos maiores sonhos.
A grande força de Amanhã, é que é também o filme de milhares de cidadãos que
ajudaram a financiá-lo. Perto de um terço dos financiadores pediram que, em
troca do seu donativo, fossem plantadas árvores. Para além disso, eles co-financiaram
o filme sem pedir nada em troca. A operação foi um sucesso tão grande que tudo
arrancou mais rapidamente.
CD: Depois chegaram outros parceiros (France 2, Orange
Cinema Séries, a Agência Francesa de Desenvolvimento, a fundação AKUO, a rede
Biocoop, a empresa de energia Enercoop, Veja, Léa Nature, Distriborg, Hodzoni,
Féminin bio...). Nós queríamos que o financiamento também fosse “verde”, tão
coerente quanto possível. Com um orçamento de aproximadamente 1,2 milhões de
euros, foi tudo possível. E o financiamento arrancou desta forma, o meu vizinho
e amigo Christophe Massot deu-nos os primeiros
10 mil euros, que nos permitiram filmar as imagens do
teaser e que de seguida nos permitiram juntar-nos à Mars Films. Era um terço
das suas economias! Foi o início de uma bela história.
ML: Ao início, as pessoas com quem nos encontrávamos
ficavam entusiasmadas com a ideia do filme mas não com a ideia de financiá-lo!
Não é com um documentário que ganhamos dinheiro no cinema. Aqueles que nos
acompanhavam, não sabiam o que iria acontecer, deram-nos uma confiança total.
Paradoxalmente,
nós tínhamos muita pressão! Chegámos à primeira
rodagem, em Detroit, na véspera da angariação de fundos. Estávamos todos muito
entusiasmados com o facto de termos angariado o valor pretendido em 48 horas e
ao mesmo tempo, temíamos não estar à altura das expectativas dos nossos
mecenas.
Com Amanhã ,
é uma forma de esperanças que tiveram vontade de partilhar?
ML: A complexidade de tudo isto, é que está tão mau
que estamos sempre perto de dizermos a nós próprios que nunca lá chegaremos.
Fazer este filme encantou-me, conheci pessoas incríveis, acumulei um tal
conjunto de saberes, tenho a ideia de estar mais aberto ao mundo. E por isso
sou bastante mais radical
com as pequenas coisas da vida. É tudo novo para mim
de estar regularmente, instantaneamente triste. Por exemplo, quando passeio num
parque e vejo lixo deixado por alguém que esteve a fazer um piquenique ou
quando vejo pessoas atirarem as beatas dos cigarros para as plantas...
CD:Tenho ainda mais consciência do que antes que tudo
se vai desmoronar, e nunca tive tanto medo como hoje. Mas tenho ainda mais
vontade de acender pequenas chamas dentro das pessoas. Adoro ver o que o filme
provoca naqueles que o vêem: ele toca qualquer coisa que não está longe da
superfície e que dá
vontade de fazer mil coisas úteis, de encontrar um
sentido. Faltam no mundo iniciativas fáceis de meter em prática, e que dão
ideias às outras pessoas. É o que dizem as nossas personagens, Mary e Pam,
criadoras de comestíveis incríveis: é preciso começar na sua rua, no seu
bairro, com os seus vizinhos, depois mobilizar os chefes das empresas, os
agentes locais. Quando as pessoas começam a fazer alguma coisa, elas não páram,
continuam, e mudam as suas ideias, experimentam e partilham. De metro, se
segurarmos
a porta a alguém que venha a seguir, em 99% dos casos,
essa pessoa vai ajudar uma outra pessoa. E assim infinitamente. É isto que eu
gosto. Nós já não estamos numa zona de conforto e é lógico que ainda não
estamos numa zona de colapso. Nós estamos numa fase particularmente
inspiradora: nós sabemos
que é o momento de nos mobilizarmos. O ser humano já
esteve na Lua, aboliu a escravatura, erradicou as doenças, as nossas
capacidades são imensas, cabe a nós coloca-las ao serviço na da nossa
sobrevivência e da nossa felicidade colectiva..
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