DESTA VEZ JÁ PODE SER AO AR LIVRE! (a ver como corre... a Elizabeth Taylor merece o esforço e muito mais. :-)
E, para comemorar, além do habitual café, temos CERVEJA (mini...) GELADINHA e ÁGUA (pequena...) FRESQUINHA!
1€ cada, para ajudar a malta (que bem precisa!...).
O mais?... o mais é uma OBRA-PRIMA ABSOLUTA DO CINEMA. e ponto final.
Na base uma conhecida peça teatral de Tennesse Williams, no termo um dos mais justamente célebres filmes de Mankiewicz - por muitas e variadas razões que não cabem no curto espaço de uma nota -, história de humanos que se entredevoram, seja em nome da poesia, do prazer ou apenas de dinheiro, seja porque os deuses são cruéis ou a natureza é perversa. Mas deste filme labiríntico, obsessivo, apaixonante, sempre intrigante a cada revisão, sempre comovente, sempre exaltante, sublinhemos, como ponto de relevo essencial a paleta infinda de volumes sonoros que são as vozes que o realizador escolheu para pôr nele. Se, com frequência e sobretudo quando os filmes são filmes memoráveis, há que aplaudir o trabalho de actores, não é tão frequente uma obra onde seja óbvio que esse trabalho de actores está indissociado da voz, do modo de dizer, do timbre, do ritmo, do grão, da espessura. E não apenas no caso das protagonistas a quem o texto concede a ventura de quase monólogos (ventura, claro, se o actor tiver talento parar tanto), Katharine Hepburn (há melhor actriz que ela em tudo quanto é cinema?) e Elizabeth Taylor, também no jogo de contrastes entre elas e Montgomery Clift, ainda nas estridências dissonantes de Mercedes McCambridge e Gary Raymond (quase não seria preciso entender o texto para entender os personagens). Diante deste filme vale a pena consolar o nosso ego lusitano quanto à tradição de não dobrar os filmes entre nós, já que iria por água abaixo o pilar central de Bruscamente no Verão Passado.
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Jorge Leitão Ramos, Expresso, 24/11/90
Bruscamente no Verão Passado foi acusado, pela crítica teatral, de obra fílmica baseada excessivamente no diálogo, de marcar acentuadamente a decadência do realizador Joseph L. Mankiewicz. Não estamos de acordo. (…) O talentoso realizador teve neste filme a sua obra mais difícil, com problemas de adaptação à linguagem cinematográfica mais complexos que os da sua versão shakespeareana do «Júlio Cesar». (…) A história do esteta Sebastian é contada através dos diálogos, das recordações. E aqui está a grande oportunidade para Mankiewicz demonstrar o seu domínio da linguagem cinematográfica. Os exames de psicanálise, os recuos ao tempo passado, prestam-se maravilhosamente para a composição de sequências, para o uso, até à saturação, do «flash-back». (…)
Joseph L. Mankiewicz fez um filme formalmente muito interessante, obra para analisar sobretudo nos seus aspectos técnicos e de linguagem. «Bruscamente no Verão passado» é, para nós, o elogio do «flash-back».
A qualidade da realização de Mankiewicz é superior e o nível da interpretação é excelente, com particular destaque para Montgomery Clift, que vive com convicção o papel de médico, para Elisabeth Taylor, que dá relevo à figura doente e nervosa de Catherine, e para a veterana Katherine Hepbum, que cria com talento uma viúva milionária.
A esplêndida fotografia e o cuidado com a indumentária e cenografia, a cargo do célebre especialista Oliver Messel, emprestam valor a este filme. (…) Bruscamente no Verão passado é um filme estranho, um filme difícil, com sequências alucinantes, mas uma obra cinematográfica repleta de interesse cativante, na qual o crítico e o espectador culto encontram matéria ampla para analisar. Mankiewcz é, de facto, um dos melhores realizadores americanos.
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Fernando Duarte, Celulóide n.º 46, Outubro 1961
Título original: Suddenly Last Summer
Realização: Joseph L. Mankiewicz
Argumento : Gore Vidal e Tennessee Williams, baseado na peça de Tennessee Williams
Fotografia: Jack Hildyard
Música: Buxton Orr e Malcolm Arnold.
Interpretação: Katharine Hepburn, Elizabeth Taylor, Montgomery Clift, Mercedes McCambridge, Albert Dekker, Gary Raymond
Origem: EUA
Ano: 1959
Duração: 114’
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