SOBIBOR, 14 DE OUTUBRO 1943, 16 HORAS| Claude Lanzmann| 2001 | 26.11.13 | Auditório do IPDJ, 21:30


DIA 26 DE NOVEMBRO
FICHA TÉCNICA
Título Original: Sobibor, 14 Octobre 1943, 16 heures
Realização: Claude Lanzmann
Argumento: Claude Lanzmann
Montagem: Chantal Hymans, Sabine Mamou
Fotografia: Caroline Champetier, Dominique Chapuis
Som: Benard Aubouy
Com: Yehuda Lerner, Claude Lanzmann
Origem: França
Ano: 2001
Duração: 98’

SINOPSE
O título do filme diz-nos o lugar, hora, dia, mês, ano e hora da única revolta bem sucedida num campo de extermínio nazi na Polónia. 365 prisioneiros conseguiram escapar, mas apenas 47 deles sobreviveram às atrocidades da guerra. Claude Lanzmann conheceu Yehuda Lerner durante as filmagens de Shoah, em Jerusalém em 1979. Neste documentário, Lerner dá o seu testemunho ao realizador.



Este filme extraordinário surgiu como material que inicialmente seria destinado para o documentário  Shoah, considerando, Lanzmann, que o seu conteúdo merecia uma longa metragem independente. O filme é dominado por uma entrevista, gravada em 1979, com Yehuda Lerner, um sobrevivente da revolta do campo de concentração de Sobibor, na Polónia, em Outubro de 1943, às 16:00h, na qual 600 prisioneiros fizeram uma fuga desesperada pelo arame farpado. Menos de 60 prisioneiros escaparam - Lerner foi um deles. Num preâmbulo demorado, Lanzmann afirma que acredita que a fuga de Sobibor representa a “reapropriação de poder e violência pelos judeus”. 
A história é contada no tom direto e factual, próprio de Lerner: um audacioso plano que, ironicamente depende na pontualidade obsessiva dos guardas alemães e fidelidade aos seus horários de inspeção. Quando Lerner reconta como ele e os seus camaradas enganaram um guarda a virar as costas, matando-o com um machado afiado até à exaustão, temos um verdadeiro momento de suspense. E quando Lanzmann lhe pergunta como a memória do acontecimento o faz sentir, o entrevistado é cândido o suficiente para responder “alegria”. Um filme extraordinariamente poderoso e comovente. 

CRÍTICA
“O resultado – Instrutivo, fundamental e perturbador – mérito ao mesmo nível que Shoah. Para ser visto e revisto. 
Oliver de Bruyn, Le Point

Através de uma sobriedade dolorosa, Claude Lanzmann coloca um ponto final á face misteriosa da história para lembrar a magnitude do crime e do horror.
Frédéric Bonnaud, Les Inrockuptibles 

“Yehuda Lerner, participante e instigador da insurreição dos prisioneiros do campo de Sobibor (sucedida a 14 de Outubro de 1943), foi entrevistado por Claude Lanzmann no final dos anos setenta, durante a preparação do que viria a ser SHOAH.
Mais tarde, Lanzmann sentiu que a história e o depoimento de Lerner mereciam um filme só para eles. “Por SOBIBOR passa a vontade de combater o mito da ‘bondade’ com que os judeus se sujeitaram ao extermínio pelos nazis. Foi ‘um massacre de inocentes’, diz Lanzmann, mas de ‘inocentes’ que foram enganados até ao momento de entrarem nas câmaras de gás”
Luís Miguel Oliveira

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