DIA 26 DE FEVEREIRO SHUT UP AND PLAY THE HITS - O FIM DOS LCD SOUNDSYSTEM, Will Lovelace e Dylan Southern Reino Unido, 2012, 108’, M/12
FICHA TÉCNICA
Título Original: Shut Up and Play the Hits
Realização: Will Lovelace, Dylan Southern
Fotografia:
Reed Morano
Montagem: Mark
Burnett
Intérpretes: James
Murphy, Chuck Klosterman, Gunnar Bjerk
Origem: Reino Unido
Ano: 2012
Duração: 108 min.Ano: 2012
SINOPSE A 2 de Abril de 2011, os LCD Soundsystem deram o seu último concerto no Madison Square Garden. “Shut Up And Play The Hits – O Fim dos LCD Soundsystem” é, simultaneamente, uma narrativa cinematográfica que documenta esta actuação única e um retrato íntimo de James Murphy, antes do concerto e no dia seguinte, bem como as ramificações pessoais e profissionais da sua decisão.
Os realizadores Will Lovelace e Dylan
Southern fizeram, sem dúvida, a melhor opção ao acompanhar o anunciado
fim da banda norte-americana. A 2 de Abril de 2011 os LCD
Soundsystem deram o seu último concerto com casa cheia. Murphy tomou
a decisão de acabar com uma das mais célebres e influentes bandas da sua
geração no auge da popularidade, assegurando que a mesma se retirava em grande,
com o maior e mais ambicioso concerto da sua carreira, que esgotou rapidamente.
Foram quatro horas emocionantes que levaram os milhares de espectadores às
lágrimas, de alegria e de tristeza.
Primeiramente, não é preciso ser fã dos LCD
Soundsystem para
ver o documentário, longe disso. A longa-metragem consegue emocionar-nos, mesmo
que pouco tenhamos ouvido falar da banda, cujo fim chegou cedo demais. Todo o
ambiente parece preparado para nos envolver nas emoções e sentimentos que
passam na cabeça de Murphy, de
forma a nos contagiarmos por eles. O que ele sente e a explicação das suas
opções vão-nos sendo apresentadas através de uma entrevista, dias antes do
concerto, e quando entramos na sua intimidade, acompanhando-o ao longo do dia
seguinte à grandiosa despedida da banda.
Na entrevista que vai acompanhado os vários
momentos do documentário, James Murphy vai-se dando a conhecer, ao mesmo
tempo que parece encontrar respostas para si mesmo. Ele que toma a decisão de
acabar com os LCD Soundsystem,
por diversos motivos, entre eles o não querer ser “famoso” ou o querer ter uma
família, acaba por se deparar com um dilema, assumindo que o maior fracasso da
banda tenha sido, talvez, acabar.
Visualmente, Shut
up and Play the Hits: O Fim dos LCD Soundsystem é brilhante. Planos intimistas nos
momentos certos, e que mostram o vazio do dia seguinte, tanto ainda em casa de James
Murphy, quando este acaba de acordar, sempre na companhia do
seu cão, ainda meio perdido no meio das muitas emoções do dia anterior; como no
inesquecível momento em que regressa ao local onde se encontra todo o material
da banda, e onde as câmaras nos aproximam do desconforto e tristeza que o
vocalista vive naquele espaço de recordações. Por outro lado, a alegria, luz,
cor e movimento das imagens do concerto, onde assistimos a músicas inteiras da
banda, alternando entre imagens do público, já saudoso, em êxtase, e dos
elementos dos LCD Soudsystem a dar o tudo por tudo em cima do
palco, para tornar o momentos inesquecível. Os muitos planos picados do público
criam um impacto muito forte na visualização das imagens do concerto, a par da
utilização da luz, tornando toda esta experiência ainda mais electrizante. Para
tal, muito contribuem também os planos que percorrem o público no recinto, culminando no palco, em James Murphy.
São muitos os temas completos tocados no Madison
Square Garden, a que assistimos na íntegra, mas, muito mais do que
um filme-concerto, Shut up and Play the Hits: O
Fim dos LCD Soudsystem é
um retrato do próprio vocalista e de como este lida com o final, que ele
próprio escolheu, do grupo musical. O tema final New
York, I Love You But You’re Bringing Me Down espelha todas as emoções de um último
tema tocado ao vivo, não só da parte de Murphy mas de todos os elementos da banda. Um mix de emoções, bem à flor da pele,
lágrimas, sorrisos e memórias de dez anos que terminam ali.
“Se é um funeral… que seja o melhor de
sempre!” é a
máxima que serve não só para o derradeiro concerto, mas também para este Shut
up and Play the Hits: O fim dos LCD Soudsystem: provavelmente
ambos estão entre os melhores de sempre.
Inês
Moreira Santos, http://www.espalhafactos.com/2012/10/25/shut-up-and-play-the-hits-o-fim-dos-lcd-soundsystem/
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