Conferência ANA SOARES: Cinema, Revistas e Coleccionismo. 6ªf, 18h!

Sede do Cineclube de Faro.

Entrada livre.


Integrada no projecto Livros em Cadeia:

“Periódicos e outras revistas - cinema, actualidade, coleccionismo”

A apresentar - a colecção de revistas de Cinema do Cineclube de Faro.


A Palestrante
Ana Isabel Soares fez um pós-doutoramento sobre poesia e cinema documental em Portugal. É Professora Auxiliar da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, onde tem leccionado disciplinas da área da História do Cinema e das Teorias da Imagem. Organizou, com Mirian Tavares, o volume de ensaios sobre Literatura e Cinema É Perigoso Debruçar-se Para Dentro (2007) e tem publicado artigos sobre documentarismo português e sobre os realizadores António Reis e Margarida Cordeiro, assim como sobre a obra de Manoel de Oliveira. É colaboradora e investigadora do CIAC - Centro de Investigação em Artes e Comunicação. É membro fundador e actual Directora da AIM - Associação de Investigadores da Imagem em Movimento. Foi uma das felizes beneficiárias do Clube de Cinema da Escola Secundária de Loulé e, mais tarde, da disciplina de Literatura e Cinema. Foi directora do Cineclube de Faro, é sua sócia honorária, com subidíssima honra, e integra os órgãos sociais desta associação.

O Tema
Os objectos de qualquer colecção são sempre como tokens, sinais ou entradas para um mundo irremediavelmente perdido. Enquanto vestígios desse mundo, permitem a quem colecciona fazer a ponte entre aquilo que se perdeu e as incessantemente renovadas formas do presente. Coleccionar é, por isso, uma das maneiras de fazer a História.
Quando comecei a reunir revistas de cinema, vivia-as no presente em que as conhecia. A História que construía era, por assim dizer, inconscientemente que a construía. Porém, à medida que as pilhas de revistas se transformavam em colecção, em coisa organizada de muitos elementos semelhantes, o olhar para trás tornava-se não só inapelável mas cada vez mais sedutor.
As revistas são livros curiosos: dão-nos de maneira sistemática o presente em que se inscrevem, que é um presente muito fugaz. Ao registarem acontecimentos aparentemente menores – ou melhor, ao resistirem, porque são a fixidez primeira do presente, a uma hierarquização ampla dos acontecimentos, permitem o olhar para o caos da História, para o belo mundo irrecuperado do que já passou; ajudam-nos a imaginar todos os “poderia ter sido assim”, todos os “quem diria que viria a dar nisto”. Da História grande que fazemos e das pequeninas histórias que nos vão fazendo.



Livros em Cadeia é um projeto financiado por


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