FICHA TÉCNICA
Realização: Mário Barroso
Argumento, adaptação e diálogos: Carlos Saboga
Baseado no romance de José Rodrigues Miguéis
Fotografia: Mário Barroso e Edmundo Díaz
Música: Bernardo Sassetti
Interpretação: Nicolau Breyner, Ana Bandeira, Ricardo
Pereira, Paulo Pires, Filipe Duarte, Ana Padrão, Margarida Miranda
Origem: Portugal
Ano: 2004
Duração: 97’
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SINOPSE
Portugal,
1917. O país vive uma grande agitação política e social e diz-se que em Fátima
a virgem apareceu a três pastorinhos. Salomé, uma jovem vinda da província, é uma das
muitas raparigas que animam um dos mais conhecidos bordéis de Lisboa, mas é uma
rapariga tão especial que um dia um senhor de posses convida-a para viver em
sua casa e apresenta-a à alta sociedade de Lisboa. Mas o seu passado não deixará de a perseguir e
Salomé, que pensava que este seria para ela o começo de uma nova vida, vai
afinal acabar por perder tudo ao tornar-se personagem involuntária desse
milagre que então agitou o país...
Nesta adaptação apaixonada de José Rodrigues
Miguéis, revela-se um pequeno milagre: o de reconstituir uma época e um mundo
sem opções pindéricas e desprovidas de sentido.
Com a perfeita dos limites de uma produção "pobre", Mário Barroso dirige os seus actoes (magnífico Nicolau Breyner, surpreendente Paulo Pires) com mão de mestre e descobre uma das presenças mais arrepiantes do cinema português recente, Ana Bandeira. Faz poucos exteriores (escassez de meios "oblige") com uma rara dignidade estética. Não se lhe peça um Visconti (há ecos, sobretudo de "O Intruso", o "opus" final), basta este ensaio de cinema narrativo, discreto e inteligente para justificar o projecto. O público deixou de ter desculpas para recusar o cinema nacional em bloco: não se trata de uma obra-prima, mas de um grande primeiro filme com todos os condimentos para captar novas audiências. É proibido perder, até porque lança um olhar interessante sobre um grande romance e sobre uma época pouco estudada e pouco discutida.
Com a perfeita dos limites de uma produção "pobre", Mário Barroso dirige os seus actoes (magnífico Nicolau Breyner, surpreendente Paulo Pires) com mão de mestre e descobre uma das presenças mais arrepiantes do cinema português recente, Ana Bandeira. Faz poucos exteriores (escassez de meios "oblige") com uma rara dignidade estética. Não se lhe peça um Visconti (há ecos, sobretudo de "O Intruso", o "opus" final), basta este ensaio de cinema narrativo, discreto e inteligente para justificar o projecto. O público deixou de ter desculpas para recusar o cinema nacional em bloco: não se trata de uma obra-prima, mas de um grande primeiro filme com todos os condimentos para captar novas audiências. É proibido perder, até porque lança um olhar interessante sobre um grande romance e sobre uma época pouco estudada e pouco discutida.
Mário Jorge Torres, Público
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