SOB AS ESTRELAS EM CACELA-A-VELHA
22H, Cemitério Antigo
Entradas - sócios CCF 1€, não-sócios 2€
Dia 31 de Agosto
TARDE DEMAIS
José Nascimento
Portugal, 2000, 95’
Presença do realizador
Numa madrugada fria e chuvosa quatro homens numa pequena embarcação de pesca naufragam no meio do Tejo com um rombo no casco. Unem esforços para tentar evitar que a água inunde o barco e acabam encalhados numa coroa de areia. Sem rádio nem sistemas de alerta esperam pela maré baixa para tentar alcançar a margem, que parece mais perto do que na realidade está, como em breve irão amargamente descobrir.
Nascimento constrói um surpreendente drama intimista no meio de uma situação de alta tensão e perturbadora angústia, quase como um thriller psicológico, em que quatro seres humanos enfrentam a morte na noite e no meio de um rio que os pode engolir para sempre. Com Vítor Norte, Carlos Santos, Nuno Melo e Adriano Luz nos principais papeis de um filme duro, sensível e amargo como são todas as tragédias pessoais.
Dia 2 de Setembro
AGOSTO
Jorge Silva Melo
Portugal/França, 1991, 90’
Verão de 1964. Carlos, professor de violino no Conservatório do Porto, e o casal Dário e Alda passam férias na praia da Arrábida. Longe da guerra colonial, quando tudo parece esquecido no tempo e o twist faz as festas estivais. O expectante retomar de uma amizade, a existência de uma união harmoniosa, jogam-se entre equívocos e solidão, para além dos rituais de convívio ou dos fantasmas da ruptura.
Trata-se de uma filme que «adapta muito livremente o romance ‘La Spiaggia’ de Cesare Pavese à paisagem portuguesa: «A paisagem física é a Arrábida e a praia, banhadas pela luz deslumbrante e dourada do Verão. A paisagem humana é formada pelas pessoas que aí habitam, vivendo um vazio ‘antonioniano’ que Jorge Silva Melo transpôs para o cinema português».
Dia 7 de Setembro
SIGNIFICADO
Tiago Pereira
Portugal, 2010, 42’
Presença do realizador
A propósito de quatro irmãos músicos, fundadores da Associação Cultural d'Orfeu localizada em Águeda, constrói-se uma génese da música tradicional portuguesa para em seguida se alargar a outros contextos e colocar-se a seguinte pergunta: como seria a música portuguesa se gostasse dela própria?
Tiago Pereira quer libertar a tradição e, provocador, lança ao ar: "Kill Giacometti!". Diz-nos: "tenho que dizer que esta memória existe, mas se quiser que seja contemporânea, tenho que a tratar de uma forma contemporânea".
POLIFONIAS- PACI É SALUTA, MICHEL GIACOMETTI
Pierre-Marie Goulet
Portugal, 1997, 78’
Um filme a várias vozes que, em homenagem a Michel Giacometti, vai ao encontro de culturas populares no passado e no presente, no Alentejo e na Córsega, para testemunhar de trocas e partilhas onde ninguém perde a sua identidade nem as suas raízes, mas antes as reanima no contacto com o outro.
Múltiplos caminhos que tecem um filme de estrutura "polifónica", em que ninguém perde a sua identidade, antes a reanima no contacto com o outro. Uma viagem de vários itinerários que se cruzam no tempo e no espaço, seguindo um jogo de ressonâncias e correspondências, tal como as vozes de uma polifonia.
Dia 9 de Setembro
RUÍNAS
Manuel Mozos
Portugal, 2009, 60’
Lugares esquecidos, obsoletos, inóspitos, vazios. Não interessa aqui explicar porque foram criados e existiram, nem as razões porque se abandonaram ou foram transformados. Apenas se promove uma ideia, talvez poética, sobre algo que foi e é parte da(s) história(s) deste País
Uma experiência alucinante, sobrenatural, sobre as memórias de Portugal e dos seus vestígios. É também - e só o cartaz nos fez pensar nisso - um filme profundamente romântico, consciente de todas as stories que perdeu.
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