ABRIL - 56º ANIVERSÁRIO - CICLO Melancolias. IPJ, às 3ªf. 21h30.

DIA 3
EM CÂMARA LENTA, Fernando Lopes, Portugal, 2011, 71’
Visão poética do realizador que recupera o melhor da sua estética, do seu olhar, com diálogos menos naturalistas, citações abundantes, imagens que preenchem a alma. Um sentido estético próximo de Lá fora. Santiago talvez seja o engenheiro que constrói os não lugares desse outro filme. Só que aqui o artificialismo não prevalece. Há uma poética do vazio e dos espaços sem fim, outrora artificiais, aqui apenas imensos. Uma aventura aquática pelos abismos da alma de um mártir de si próprio.
Manuel Halpern




DIA 10
INQUIETOS, Gus Van Sant, EUA, 2011, 91’, M/12
Com boa direcção de actores, belíssima música (partitura original de Danny Elfman e canções de Sufjan Stevens ou Nico), um argumento que sabe não tropeçar nas armadilhas da lágrima fácil de um Love Story mas, ao mesmo tempo, manter todo um programa emotivo como tutano que alimenta a narrativa e um saber (já várias vezes demonstrado) no encontrar de bom relacionamento entre espaço e acção, Inquietos é, afinal, uma bela surpresa. E confirma, depois do já sólido Milk, que o realizador parece ter encontrando uma forma de lidar com os seus projectos para o grande público .
Nuno Galopim

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DIA 17
O MIÚDO DA BICICLETA, Jean-Pierre e Luc Dardenne, Bélgica/ França/ Itália, 2011, 87’, M/12
Depois do “quase-melodrama” que era “O Silêncio de Lorna”, “O Miúdo da Bicicleta” vem confirmar que os irmãos Dardenne encontraram, algures, um coração: já não filmam seres humanos compenetrados na “animalidade” de uma luta pela sobrevivência, filmam seres humanos no momento em que, justamente, a “humanidade” se lhes impõe. A ausência de explicações (cabais), a psicologia impenetrável, os efeitos do acaso, tudo isto são elementos que os irmãos belgas continuam a trabalhar muito bem e a constituir em assinatura natural, nada forçada.
Luís Miguel Oliveira

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DIA 24
LE HAVRE, Aki Kaurismaki, Finlândia/ França/ Alemanha, 2011, 93’, M/12Q
O cinema também foi feito para figurar milagres a Aki em “Le Havre”, arrisca timidamente o seu. Não o revelaremos, nem saberíamos como o fazer. Digamos antes, que em “Le Havre”, Aki se atreve a colorir de esperança o negrume dos dias com uma poesia humanista da qual só ele tem o copyright e que é todo um programa – admirável mundo novo que, lá por não ser natural, não deixa de ter os pés na terra.
Francisco Ferreira




.......................................Sócios 2€ // Estudantes 3,5€ // Restantes 4€

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