Prémios Lux de Cinema no Algarve - 11 de Outubro, Grande Auditório campus de Gambelas, 21:30



DIA 11 DE OUTUBRO
WELCOME - BEM-VINDO, Philippe Lioret, França, 2009, 110’


FICHA TÉCNICA
Título Original: Welcome 
Realizador: Philippe Lioret
Argumento: Philippe Lioret, Emmanuel Courcol, Olivier Adam
Fotografia: Laurent Dailland
Montagem: Andrea Sedlácková
Musica: Nicola Piovani, Wojciech Kilar, Armand Amar
Interpretação: Vincent Lindon, Firat Ayverdi, Audrey Dana, Derya Ayverdi, Thierry Godard, Selim Akgul, Firat Celik, Murat Subasi, Olivier Rabourdin
Origem: França 
Ano: 2009
Duração: 110’


SINOPSE
Bilal tem 17 anos e vem do Iraque. Deixou a sua terra, pouco depois de a namorada ter emigrado para Inglaterra, para a voltar a ver. Mas ao chegar a França, no porto de Calais, depara-se com muitos emigrantes ilegais que também tentam chegar a Londres. É então que Bilal decide aprender a nadar para atravessar o canal da Mancha. Na piscina municipal, o rapaz conhece Simon, um instrutor de natação e o seu cúmplice nesta perigosa viagem.

 TRAILER


ENTREVISTA A PHILIPPE LIORET
Como surgiu o filme Welcome?
Simplesmente surgiu de um forte desejo de fazer um filme sobre este tema. Sobre homens que ao sentirem-se atormentados no seu próprio país, querem a qualquer custo chegar ao Eldorado, que aos seus olhos é a Inglaterra. No entanto, depois de uma viagem imprevisível eles ficam presos em Calais – frustrados, adoentados e humilhados – a poucos quilómetros da costa inglesa que eles até conseguem avistar do local onde se encontram.
Uma noite estava a falar sobre isto com o Olivier Adam e apercebi-me de que este sítio era um pouco como a fronteira mexicana e eu só precisava de aprofundar mais este tema para arranjar um maravilhoso filme dramático. Falei sobre isso ao Emmanuel Courcol e começámos logo a pensar numa história que poderia acontecer neste contexto.
E como correu a preparação?
Eu e o Emmanuel contactámos ONGs que fazem tudo o que podem para ajudar estas pessoas, e depois dirigimo-nos a Calais. Durante muitos dias num ambiente de neve e muito frio, nós seguimos voluntários destas organizações e partilhámos com eles a vida infernal destes refugiados: a “selva” onde eles encontram abrigo, no mercado negro a extorsão dos contrabandistas, as intermináveis perseguições policiais – um autêntico pelotão policial foi formado só para eles – os centros de refugiados, a vigilância constante dos camiões, onde os emigrantes se enfiam muito encolhidos para conseguirem entrar nos ferries e onde arriscam as suas vidas tentando escapar aos detectores de dióxido de carbono, aos scanners, entre outras instrumentos…
O que mais nos surpreendeu foi a idade dos refugiados, o mais velho nem tinha 25 anos. Existem miúdos à volta dos 15 que se aventuram sozinhos nesta louca viagem. Quando falámos com Sylvie Copyans da Organização Salam ficámos a saber que muitos deles, em último recurso, chegam a tentar atravessar o Canal a nado. Depois de muitos dias, regressámos a Paris com as nossas mentes cheias do que tínhamos visto e experienciado, que nem trocámos palavras durante a viagem até lá.
Como se desenvolveu o argumento?
Nós estávamos assombrados pela história de um jovem rapaz que queria atravessar o Canal da Mancha. Foi o Emmanuel que disse primeiro: «Ele vai para a piscina pública de Calais para aprender a nadar.» E depois eu acrescentei: «E ele conhece o instrutor de natação.» Ao termos as nossas personagens e a estrutura da nossa história em duas frases – sabendo que não estávamos a criar uma dramatização barata, além de não estarmos a trair a real experiência de um refugiado. O tema era tão forte, e era tão representativo para a realidade migrante, que a sinceridade teve de prevalecer.
Foi assim que definiram a personagem de Simon.
O lado documental da história teve de ser posta de parte para poder entregar às personagens as suas histórias pessoais, e as interacções emocionais que condicionam a vida de todos, e que normalmente são as razões por detrás de tudo. Ao observar os voluntários, pensei que alguns deles estariam a partilhar as suas vidas com pessoas que muito provavelmente não serão tão empenhadas e generosas quanto eles.
O Simon é uma pessoa falível, como todos nós, ele está longe de ser perfeito. Ao princípio, tal como a maior parte da população de Calais, ele não está interessado no problema da imigração, ele só o tolera. A ex-mulher, Marion, comenta: «ele olha para o lado e volta para casa». Enquanto jovem, Simon fracassou na busca de uma carreira de sucesso no desporto e esse fracasso tornou-o azedo. Ele transformou-se num instrutor de natação e neste momento o único problema dele é o facto de a Marion o ter deixado. Quando ele conhece Bilial, ele resolve ajudá-lo pelas piores razões. Se lhes oferece abrigo, a Bilial e ao seu amigo Zoran, só o faz para impressionar Marion, para tentar provar que ele não é o inconsciente individualista que ela pensa que ele é. Ele faz tudo isto para a reconquistar. Mas a situação descontrola-se: ajudar imigrantes ilegais é punível por lei.
Ele vê-se no meio de uma espiral que não consegue controlar.
E quanto mais se envolve, mais se torna consciente das injustiças que impregnam esta situação e mais se aproxima de Bilal.
E Bilal que quer ir para Inglaterra para ir ter com Mina. O filme também poderia ser resumido ao seguinte: um homem perde a mulher e a sua vida transfigura-se. Outro, mais jovem, ama uma mulher e quer ir ter com ela a qualquer custo…
E estes dois destinos cruzam-se, colidindo com a absurda ordem do mundo. O filme demonstra como um encontro pode ajudar alguém a superar-se.
Esta situação faz-nos pensar num período pouco glorioso, o da Ocupação…
Sim, tudo isto poderia ter acontecido em 1943 e poderia ser a história de um homem que escondia judeus na própria casa e era apanhado. A diferença é que isto acontece hoje. A 200 quilómetros de Paris.
Pensou em Vicent Lindon quando escreveu o argumento?
Nos meus outros filmes, pensei frequentemente nele durante a construção da ideia. Em primeiro lugar porque considero-o um grande actor e também porque sinto entre nós uma espécie de ligação. Mas, na fase de escrita, eu tento afastar-me dos actores e concentrar-me nas personagens. À excepção desta vez, almoçámos juntos entre as duas fases. Eu falei-lhe da história e ele disse-me que faria o filme mesmo sem ler o argumento. O Vicent é um tipo intuitivo e acho que para além da personalidade do Simon, ele gostou da ideia de fazer parte deste projecto em particular. E por isso pensei nele enquanto escrevia e desde esse dia nada se contrapôs ao nosso trabalho em conjunto. No entanto, as pessoas que conhecem as nossas personalidades temiam que os ânimos se agitassem na rodagem. Mas como estávamos os dois a trabalhar para o mesmo objectivo não houve nenhuma química extraordinária que pudesse colocar em causa o resultado final deste filme.
Que tipo de actor é o Vicent Lindon?
Ele é capaz de transmitir sentimentos através de um simples movimento ou postura. Frequentemente, e graças a ele, uma palavra ou uma frase chegam. Ele é um homem que se envolve, um perfeccionista. Como actor, ele está sempre pronto a ouvir, e procura ser verdadeiro em vez de tentar impressionar.
E a Audrey Dana?
Audrey é o que os anglo-saxonicos chamam the girl next dor. Demorei algum tempo a encontra-la.
Precisava de uma mulher convincente como professora do básico que serve comida aos refugiados como um gesto humano que demonstra a empatia que tem para com estas pessoas. No entanto, não queria que me saísse uma militante feminista. Eu só precisava de uma mulher que se sentisse bem na sua própria pele e que tivesse interiormente uma verdadeira generosidade. A Audrey tem essa generosidade. Ela estava um pouco assustada com a personagem da Marion, mas adorou a história e eu tinha a certeza de que ela seria capaz de encontrar o seu lugar nela. Ela é alguém que levas as coisas seriamente sem se levar demasiado a sério.
Como encontrou Bilal?
Foi como encontrar uma agulha num palheiro. Quando estávamos a escrever sobre a personagem, um jovem de 17 anos que só fala curdo e inglês, e que com Vicent tem de carregar um filme nos ombros, colocámo-nos numa situação muito difícil. Eu nem sequer sabia se este rapaz existia neste mundo. Com Tatiana Vialle, a directora de casting, nós viajámos durante semanas de Berlim a Istambul, Londres, e Suécia onde existe uma grande comunidade curda. Finalmente, descobrimos Firat em França. Não era um actor profissional e os primeiros testes foram algo invulgar. Mas ele tinha uma honestidade e intensidade que faziam toda a diferença.
Ele queria ser actor?
Nada disso. Ele veio como amador. Nós até tivemos de o persuadir a fazê-lo, e convencer também os pais dele. Inicialmente planeei trabalhar a personagem com ele, ensaiando muito, mas no final preferi que ele mantivesse a naturalidade que lhe era própria e acabei por não fazer nada. À medida que os dias das filmagens se aproximavam, eu ficava mais assustado tal como ele. Já na rodagem, ele ficou pasmado durante três horas e depois de forma muito natural encontrou o lugar dele e tom certo para o papel.
Existem além dele outros actores não-profissionais no filme.
Todos os jovens curdos que o Bilal conhece em Calais foram encontrados enquanto procurava o actor para aquela personagem. Muitos deles vêm de Istambul e Berlim. Aprendi muito com eles. Temos de filmar muito rapidamente, sem grande tempo para ensaios, deixando-os evoluir sem dirigi-los demasiado. Foi uma enorme aventura para todos – quanto mais para mim. Permitiu-me fazer inúmeras descobertas: Derya, por exemplo, que faz o papel de Mina, mostrou-se uma actriz excepcional e agora deseja seguir uma carreira profissional. Eu filmei uma cena muito complicada com ela num único take, sem ensaios, confiando somente no instinto dela. Ela é incrível. Muitos outros actores de quem gosto muito já integraram outros filmes meus: Emmanuel Courcol o meu co-argumentista, Blandine Pélissier, Eric Herson-Macarel, Gilles Masson… E a Tatiana que possibilitou que eu conhecesse peças chave como o Olivier Rabourdin, que interpreta o papel de Chefe de Polícia – um papel muito complicado já que costumamos ver 45 polícias por dia em programas de televisão e ele tinha de arranjar uma forma inconvencional de o fazer. Patrick Ligarde, o vizinho e informador, Thierry Godard, Jean-Pol Brissard, Yanick Renier…
Como em muito dos seus filmes, o cenário é também uma personagem.
Particularmente a piscina pública que funciona como um catalisador: não só evoca a carreira falhada de Simon como campeão da natação, mas também é lá que Bilial aprende a nadar com a esperança de poder atravessar o Canal. Foi muito importante para mim filmar nos locais exactos onde a acção decorre. Quando filmamos em locais reais, contamos melhor a história: as ruas de Calais, o gigante porto do Canal da Mancha, a praia de Blériot e os imparáveis ferries que vão e vêm… todas estas atmosferas dão ao filme a sua verdadeira natureza. Para enfatizar este aspecto realístico, eu e o produtor Christophe Rossignon decidimos não filmar na República Checa ou na Roménia, como muitas vezes acontece por razões orçamentais. O filme beneficia em muito desta decisão.
A direcção é omnipresente, mas a câmara parece ser discreta, quase invisível.
Não existem muitas possibilidades para a câmara filmar bem uma cena, por isso temos de encontrar a certa. Eu passo o tempo a pedir aos meus actores que sejam verdadeiros, mas também a câmara pode sozinha transmitir-nos uma “nota falsa”. Se a câmara é demasiado notória numa cena, se os seus movimentos forem sem sentido ou decorativos, pensamos: «Ah sim, é a fingir» e eu tenho sempre a impressão que em vez de ganhar, perdemos algo. E então como um espectador, quando gosto de um filme é como se me dessem um presente. Mas se o trabalho é demasiado notório, então dá-me a ideia que o talão do preço foi deixado na embalagem.
Nos primeiros 15 minutos do filme, parece que estamos perante a descoberta de um novo
mundo (França).
E no entanto é tão perto. E é também muito bom que no cinema descubramos o país onde vivemos num outro ângulo, um que desconhecíamos. No que diz respeito ao problema da migração, dos refugiados, e dos ilegais, existe cada vez mais um maior número de programas de televisão dedicados a este tema, mas acabam por se perder no circo mediático. O resultado final é que todas as reportagens e todos os debates, toda esta indignação não serve nenhum propósito porque a mensagem é abafada. Por isso, eu prefiro realizar um filme, contar uma história no grande ecrã sobre estes dois homens – e estas duas mulheres – que se confrontam com as suas emoções, no meio de todo este caos. E ao mesmo tempo tenho a esperança de sensibilizar o público sentado no escuro, ajudando-o ou ajudando-a a formar a sua opinião sobre tudo isto. E esperando que o filme fique com eles por algum tempo.

  
O que fazem um professor de natação e um imigrante clandestino em Calais, Norte de França? Um prepara-se para atravessar a Mancha a nado. O outro leva uma lição de vida. Melodrama com a realidade a colar-se à pele do filme.
Calais, Norte de França, na semana passada: um acampamento de imigrantes ilegais, na sua maioria afegãos, foi desmantelado por forças policiais e "bulldozers", quase 300 pessoas detidas, metade das quais menores - o PÚBLICO noticiou. Viviam escondidas, durante o dia, num bosque nos arredores da cidade portuária. À noite, como fantasmas, espreitavam os camiões em busca de uma aberta, através do canal da Mancha, para chegarem ao Reino Unido. Viviam, então, naquilo que é conhecido como "a selva" - um acampamento precário, sem hierarquia, sem lei, como outros que apareceram após o encerramento, em 2002, de um centro de acolhimento de imigrantes ilegais gerido pela Cruz Vermelha em Sangatte, próximo de Calais (o governo francês foi pressionado pelo governo britânico a fazê-lo, para terminar com um chamariz para os imigrantes ilegais que querem chegar às terras de Sua Majestade).Os imigrantes ainda empunharam as suas bandeiras: "A selva é a nossa casa. Pf [por favor] não a destruam. Se o fizerem, para onde havemos de ir?". 
Para a oposição ao governo francês o desmantelamento é apenas operação de cosmética que não resolve o verdadeiro problema nem enfrenta a questão. Mas os governos de França e de Inglaterra congratularam-se, apoiando a decisão "firme" do ministro da Imigração francês Eric Besson. E é aí que Philippe Loiret, um ex-"designer" de som que passou à realização, 54 anos, nos completa e se indigna: "Ministro da Imigração, da Integração e da Identidade Nacional... É-me insuportável essa designação, o que é isso da Identidade Nacional?" 
E explicita os fantasmas: nessa política "repressiva" dos imigrantes ilegais e na legislação penal que contempla pena de prisão para quem ajude um clandestino, Lioret vê um lastro comum com a forma de actuação da "polícia francesa durante a Ocupação". "É, antes de tudo, um incitamento à delação", atira. Declarações destas já tinham estado na origem de uma polémica com o ministro, há seis meses, quando "Welcome" chegou às salas francesas. É esse filme, história de um jovem iraquiano que quer atravessar a Mancha para se juntar à sua noiva que vive com a família em Inglaterra, que chega agora a Portugal.
"É a actualidade que acompanha o filme, que se pega a ele. Não fiz um filme com intuito político. Mas é certo que não há coincidências [entre aquilo que o filme conta e a realidade]", diz Lioret, que descobriu "o que se está a passar na Europa" num microcosmos, num ponto de concentração, Calais. "Os imigrantes continuam a chegar, a polícia continua a persegui-los, as rusgas policiais continuam a acontecer. Mas o que aconteceu [na semana passada] é uma entre outras, Os imigrantes voltarão a Calais, tudo continuará como sempre".
Não fez um filme com intuito político e não faz também um documentário, sublinha. "Uma parte do filme pode parecer um documentário, mas é tudo reconstituição, tudo foi feito por nós. É um filme relativamente caro, porque tivemos que reconstituir tudo, Acredito na ficção, as personagens são mais importantes para mim do que a história. Fui a Calais à procura de personagens. Encontrei pessoas que me levaram a construir a personagem do jovem, Bilal, até dos polícias e de Simon". 
É o par central de "Welcome": Simon, um professor de natação (Vincent Lindon), e Bilal (Firat Ayverdi), um jovem iraquiano que piorou a sua situação de clandestino em Calais, isto é, isolou-se ainda mais, ao estragar involuntariamente a fuga do seu grupo - a sua respiração denunciou presença humana num camião. Bilal quer agora ter aulas de natação. Para se preparar para o seu objectivo, chegar a Inglaterra onde vive a noiva. E chegar a nado... 
O que une Simon a Bilal - melhor, o que atrai o quarentão Simon para o adolescente Bilal - é algo de misterioso. Claro, lá está a parte de "Welcome" em que se percebe que o casamento de Simon acabou mas este tenta tudo para ainda conseguir impressionar a ex-mulher: mostrar-lhe, por exemplo, que se preocupa com os outros, que tem consciência - há um significativo diálogo entre o ex-casal, em que ela critica o alheamento dele, por passar por cima do que a História ensinou. Mas os silêncios da personagem interpretada por Vincent Lindon, a sombra de nostalgia que passa nos seus olhos cansados (foi um ex-nadador, ex-campeão), e a obsessão de Bilal enchem essa parte do melodrama de uma tristeza mais indefinível. O filme aí aguenta-se numa tensão que não esmorece. É a parte mais obsessiva de "Welcome", e chegamos a dizer a Lioret que devia ser mais monomaníaco ainda, não perder energias nem com a situação conjugal de Simon nem com as cenas em Inglaterra com a família da noiva de Bilal. Lioret não gostou da sugestão, está-se a ver. "É um filme que fala da vida, não é a história que me interessa, são as personagens. São as personagems que me guiam. O meu filme é como a vida, faz-se de relações múltiplas. Não tenho a impressão que o filme se perca". 
A crispação esmorece quando lhe dizemos que Lindon, actor com quem ele criou uma relação de amizade ("tornámo-nos próximos, falamos praticamente todos os dias, temos projectos comuns"), nos lembrou o sonambulismo de Robert Mitchum. Dito de outra forma, e não perdendo tempo com o individual: que tal como os actores do cinema americano clássico Lindon não precisa de muito para mostrar a quantidade de sentimentos - tomada de consciência social e política, sim, mas também olhar para um adolescente e rever a sua própria juventude - que tomaram conta dele. "Fico contente, vou dizer isso a Vincent, que também vai ficar contente. Vincent tinha a idade ideal para compreender o essencial das coisas. Tem algo de muito terreno. Quanto aos silêncios... na verdade o filme tem muitos diálogos, mas não são explicativos. Na TV é que se explica tudo. O encontro entre as duas personagens [o professor de natação e o clandestino] tinha de ser mesmo um encontro. A partir do momento em que Simon vê Bilal, ele deixa de ser uma abstracção. Os imigrantes ilegais estão nos jornais, vêmo-los na televisão, mas não os vemos. Bilal, personagem com uma energia incrível, dá uma lição de vida a Simon".


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