Tenho andado aqui pelas caixas de comentários em algumas "bulhas" intelectuais sobre a utilidade ou não de se ler/estudar os teóricos (Deleuze, etc), sobretudo no âmbito de escolas de cinema que queiram formar criadores/autores (realizadores/argumentistas) e não "teóricos de cinema" ou críticos (daí que pelo menos nas escolas norte-americanas se faça essa louvável distinção entre uma área de "film studies" e outra de "film directing"), e encontrei uma citação no Nietzsche (A Origem da Tragédia) que parece resumir um pouco o que penso igualmente. No excerto em baixo experimentem substituir "poesia" por "cinema", "poeta" por "realizador", e "dramaturgo" por "argumentista" (embora esta última palavra não precisasse de substituição por ser equivalente ou, no caso, podia ser igualmente substituida por "actor").
"Se muitas vezes falamos de poesia em termos tão abstractos é que, de ordinário, todos somos maus poetas. No fundo, o fenómeno estético é simples; so é poeta o homem que possui a faculdade de ver os seres espirituais que vivem e brincam em torno dele; só é dramaturgo o homem que sente o impulso irresistível de se transformar e de falar mediante outros corpos e outras almas."
8 comentários:
muito giro
(fica. foi uma experiência da graça)
(descodificado - ensinei-a a colocar comentários, a ver se passamos a ter o gosto de a ver comentar por aqui - não me cheira nada...)
:-)
sublime. e indiscutível. tudo é necessário quando o é. mas nada, efectivamente, faz falta.
O Deleuze também cita Nietzsche, tem graça, em Difference and Repetition (Deleuze em Inglês, ainda pior). No fundo, no fundo, ainda podiam ser grandes amigos ;)
Eu queria dizer, em minha defesa, se tal ainda for possível, que não é tanto o Cinema 1 e 2 que me tem mantido ocupada, mas antes o livrinho da Repetição. Não sei se o Antonioni ou o Godard terão lido um ou o outro, mas os Cinema são dos anos 80, acho que não foram a tempo de influenciar decisivamente nenhum destes realizadores. Ele é mais Maio de 68. Althusser. Debord. Bataille. (bora lá discutir estes a seguir)
De qualquer maneira, gosto bastante destas "bulhas" sobre Deleuze; são a repetição por excelência. Quando quero descansar de escrever sobre Deleuze, escrevo sobre.. Deleuze.
bora, marina!
(mas não te imaginava tão deleuziana! embora devesse ter desconfiado, com esse feitio dos teus óculozinhos...)
lol, anabela.
os óculos são para te ver melhoooor ;)
e que respondo eu agora?
schlep schlep, quando voltas tu?
Acabei de adicionar este blogue só por este post!
Espetacular..
Saudaçoes cinéfilas
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