João César Monteiro e o Algarve

Para mim, João César Monteiro estará sempre relacionado com o Algarve, por duas razões:
1ª-Por causa dos filmes Sophia de Mello Breyner Andresen e À Flor do Mar, que João César rodou no Algarve (respectivamente em Cacela e Lagos) e onde o Algarve é tratado não como cenário mas como uma verdadeira personagem. Mais tarde a trilogia do João de Deus veio associar João César Monteiro a um imaginário eminentemente lisboeta, mas para mim é o cineasta do Algarve.
2ª- Devido ao facto de ser através do Cineclube que eu comecei a olhar a sua obra com outros olhos, nomeadamente a partir do momento em que vi o À Flor do Mar. Já conhecia as Recordações da Casa Amarela e a Comédia de Deus mas nunca pensei que o João César pudesse ter feito filmes como o À Flor do Mar. Para mim foi uma revelação total na altura em que o vi pela primeira vez na sala do IPJ e ainda o é a cada nova visão. Apesar dos filmes do António Reis e do Pedro Costa, apesar do Dia do Desespero e do Vale Abraão do Manoel de Oliveira, apesar dos outros filmes do João César, o À Flor do Mar é o meu filme português favorito e um dos filmes da minha vida.

(Em baixo pode ver-se o final de À Flor do Mar e o filme Sophia de Mello Breyner Andresen na integra).

À Flor do Mar (1986)


Sophia de Mello Breyner Andresen (1969) Integral em 2 partes

Parte 1 de 2


Parte 2 de 2

5 comentários:

Ana Soares disse...

O Sophia... e' uma perola, nunca o tinha visto. Obrigada, Rui. E fizeste-me querer rever o 'A Flor do Mar. Temos coisas lindas, no nosso cinema.

anabela moutinho disse...

ana, NUNCA tinhas visto o da sophia?? tinhas sim senhora!!! bolas! faltaste logo aos dois eventos em que o mostrámos? o primeiro dos quais a anteceder o - inédito - recital de poesia e cinema que pedimos a eunice muñoz, e ela concretizou acompanhou pelo caldeira cabral no auditório de gambelas?? (inédito porque nunca ninguém tinha abordado dona eunice com tal proposta; e foi lindérrimo, lembras? não? faltaste??) e o último dos quais no museu, sessão ao ar livre, em homenagem à poetisa que tinha falecido há pouco??

damn you. sua faltista.

rui, bolas. que post lindo.

e sabes? concordo contigo. em tudo que disseste sobre a flor do mar. sim, é surpreendente (e daí talvez não) tanta poesia - mas não a, habitual em JCM, satírica - feita de azul. e que algarve seja algarve. e há tão pouco algarve no nosso cinema...

por último: adoro pessoas de palavra. sempre e, portanto, tb neste blog - tinhas prometido o à flor do mar, e aqui fiquei quietinha, esperando... :-)

beijosssss

anabela moutinho disse...

(nota à população blogueira leitora deste blog - claro que temos em dvd a obra completa do JCM. que inclui - porque é completa - estes 2 filmes)

Ana Soares disse...

Nao senhora, nao estive em nenhum dos dois eventos - e muito lamento, assim como tantas outras ocasioes imperdiveis, organizadas pelo CCF, que perdi. E' a vida...

LV disse...

essa cena do filme "à flor do mar" e a maior parte das cenas passaram-se em cabanas de tavira, no forte de s. joão da barra, como tal não foi em cacela como assim o afirmou acima.