Pontes

Uma das coisas que mais me encanta no cinema é a maneira como mexe com a vida das pessoas, as vidas mesmo, das pessoas assim como eu, mesmo pessoas, com as merdinhas e as maravilhas de todos os dias. Ontem, entediada num aeroporto entre um voo longo e outra longa espera, sentei-me na fingida esplanada de um bar chamado "The Bridge Bar". Abri o blogue do CCF e li o post que encabeçava a página, esse aqui em baixo. O título era o do título do filme a que se referia, "The Bridge". Tinha pensado escrever sei já lá sobre quê (porque se perdem tão depressa as ideias, quando se está cansado), mas fiquei a matutar em como se tornou (ou já seria antes, e não dera por isso?) tão fácil relacionar momentos, palavras, imagens entre si. Culpo dessa culpa doce o cinema, também - é que me ensinou a ver imagens diferentes encadeadas por semelhanças que lhe podem ser dadas pelo comum da cor de uma cortina, dos cantos enrugados no sorriso de um rosto, do movimento de uma roda à volta de um planeta, de um som estridente misturado no ponto do meu ouvido e tocado de lugares tão distantes como a garganta de quem sofre e a chaminé de um vapor.

5 comentários:

Anónimo disse...

será que não é só a vida dos outros, o olhar dos outros, que passa no pano branco a nossa frente quando se apagam as luzes, mas também a nossa vida, ou partes da nossa vida, ou meras correlações mais ou menos idiótéricas entre essas e as nossas vidas, entre esses e os nossos momentos....

Ana Soares disse...

Ah, pois claro! Mas explica-me lá isso do idiótérico (que teria de ser idiotérico, mas de qualquer maneira é divertido). :-)

Anónimo disse...

neologismo que pretende tão só conferir uma vertente transcendental a uma ideia (olhó meu umbigo tão bonito no espelho) :D

anabela moutinho disse...

deve estar algures entre o idiota e o esotérico, ou ser junção de ambos! :D sem ofensa, rf, pois aplico idiota no sentido de se ter mts mts ideias!!!

Anónimo disse...

exactamente...