recebemos por mail, pedimos autorização, obtivemo-la. eis uma apreciação do Filme do Desassossego:

Acabei de ver o Filme do Desassossego e vou partilhar aqui o que não fui capaz de partilhar na conversa pós-filme com o realizador. Senti o filme como uma peça de teatro não porque tenha sido feito com essa intenção (como por exemplo os Cães Danados) mas porque apenas o senti assim. E este apenas não é pouco pois o filme foi simples e belo.

Belo pelo som das palavras, belo pela fotografia, belo pelo desenvolvimento da trama que não tinha mas que cada um montava para si.

A peça que eu senti era um monólogo com dois actos intervalados pela cena da ópera.

No primeiro acto o Bernardo Soares desmultiplicasse em vários personagens (um pouco como na Confissão de Lúcio mas com uma desmultiplicação muito maior) e cenários (também senti os cenários como sendo parte do próprio Bernardo Soares). No segundo acto os personagens fundem-se em apenas um levando ao desenlace final – eu sou Deus.


Podia continuar a dissertar mas não vale a pena pois este filme é uma experiência singular. Obrigado ao João Botelho e ao Cláudio Silva por tornarem isso possível. E ao Cineclube por não ter deixado os farenses no esquecimento.

Tito

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(obrigado nós!)

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