bem, eu não sei muito de blogs e até acho que não gosto muito, mas tenho uma irmã (1/2) que até tem um, e, tirando o facto de achar esquisito que uma pessoa esteja sempre a ir a um sítio que não existe, se calhar até não me vou importar de escrever e ler “lá” coisas.

obrigado pelo convite.

hoje não escrevo, ainda é só o princípio (por essa mesma razão podia escrever)
ontem juntei-me com um grupo engraçado em que uns são alunos e uns professores e encontrámos junto a um portão grande de ferro umas cadeiras brancas e pretas empilhadas que serviam mesmo bem para pôr, a jeito de plateia de brincar, no claustro de um espírito santo, ao canto, para ver um filme.
parece-me que as cadeiras ali estavam para no dia seguinte (hoje, que já foi ontem) assistirem a um concertinho de música barroca pelo Ludovice Ensemble, não ouvi, pena.
mas a coisa do filme começou assim, improvisada, com gente a querer sentar-se na relva (há quatro quadrados de relva fora de moda no meio do espirito santo) e depois, à visão das cadeiras foram-se as ideias mudando.
uma boa meia-hora de atraso, que não era porque foi-se chegando dentro de uns dez minutos comuns, começaram-se a fazer os preparativos, era isto dez e meia da noite, dois computadores (um teria chegado), dois projectores (um também chegava) e dispôs-se tudo sobre um banco corrido que se foi buscar a uma sala. extensões curtas ligaram-se umas às outras até chegar ao lugar das aparelhagens, tudo a postos, computador ligado, projector ligado e... nada. num ecrã, que se levou para o claustro como se fosse uma vela de um barco enrolada, mal se percebia um desfocado “no signal”. depois de voltas e voltas tirei a tampa azul transparente do foco e, estranhamente a imagem apareceu focada... para resolver a parte do “no signal” resolvi usar da mesma estratégia e liguei ao computador o projector (funciona sempre) e funcionou! depois, quando tudo parecia pronto parecia não querer soar o que se via. mais umas voltas e resolvi empregar, ainda uma vez, aquela técnica de ligar as coisas umas às outras... e fez-se som!
o ar estava quente e um vento fazia o rectângulo da imagem passar de trapézio a rectângulo e a trapézio, de novo, para o outro lado. e assim foi o filme começando.
eu gosto muito de filmes (e de cinema), mas gosto mesmo é de os ver.
o filme era “o inquilino” do Roman Polanski, belo delírio.
como as pessoas que aqui estão são cinéfilas (não é verdade?) já todas devem ter visto, por isso não falo do filme, deixo-vos uma imagem da sala.

(ps. a sala era bem arejada, podia-se fumar e as empregadas de limpeza que quisessem podiam ir limpando com barulho as salas uma a uma, podiam passar os grupos de pessoas que quisessem, a falar alto e até de coisas indiscretas – o filme tinha legendas – as luzes não se conseguiam apagar completamente mas não incomodava, a única coisa que, se calhar, faltava era assim uma cortina verde escura ou bordeaux, mas se calhar pode-se vir a arranjar)

js

1 comentário:

anabela moutinho disse...

...verde escura ficava a matar!

(bela foto)