porque não gosto de cinema (I)

1. digam-me se este tamanho de youtube está bom assim, ou se ponho maior ou menor - digam MESMO, ok?

2. esta é a 1ª parte da resposta ao post da marina - e explicitação do que eu mesma quis dizer na última parte do meu primeiro comentário a ela (xi, que complicado - resumindo, era quando dizia algo dificilmente defensável: que se calhar não se gosta de cinema mas de momentos de (e do) cinema).


Dziga Vertov, O Homem com a Câmara de Filmar, 1929

banda sonora dos Cinematic Orchestra (surge após os 2 primeiros minutos do filme)

(este usuário do tube disponibiliza o resto do filme; a nossa dvdteca, também. a escolha é sua)

atente-se nos propósitos de vertov enunciados no genérico inicial.



bom domingo a vosotros.


(ah: nova música de entrada. bem vindas todas as sugestões, pois a ideia é mudar todas as semanas)

3 comentários:

Ana Soares disse...

Tenho este grande defeito, o de ser democrática, mesmo quando reconheço que o tempo em que vive esgota os lampejos derradeiros da democracia e é prenúncio de revolteios maravilhosos e assustadores. Isso não me impede de aceitar elitismos, quando tais significam optar pelo melhor que posso dar de mim, pelo papel exclusivo que, numa sociedade individualista como aquela em que fui educada, tenho a veleidade de me atribuir. Será contraditório? Prefiro usar a expressão de um amigo imenso e falar nas fascinantes "experiências do irreconciliável". Isto para fingir que encerro (que nunca se fecha, bem sei) a conversa do post da Marina em 24 e da Mirian em 25 de Maio, ali mais abaixo.
Quanto ao Vertov, começo por dizer que sim, o tamanho da telazinha é aceitável num blogue. Por mim, não lhe mexas, Anabela.
Agora, o cinema. A memória destas coisas organiza-se em mim pela ordem por que vou vendo os filmes. Por isso, embora me lembre de ter visto este Vertov pela primeira vez numa sessão curiosa no pátio do Chapitô, aí pela primeira metade dos anos 90, hoje é que me ponho a pensar nele mais a sério (obrigada!). E hoje já é depois de ter visto o Mulholland Drive. Aquela sala no filme russo é a sala do teatro SILENCIO do filme de Lynch. Num e no outro, o mundo do experimental é o mundo dos sonhos, o mundo em que tentamos perceber se estamos a dormir, braço descontraído sobre a cabeça, ou acordados e prontos para desenrolar os toldos das lojas. Vertov tentou mostrar uma "linguagem verdadeiramente internacional" (isto traduzido do inglês neste video, que, por sua vez, verte do russo... desconfio...), que dispensasse o teatro e a literatura (por serem os antecedentes tradicionais do contar histórias). Não o consegue, quanto a mim, e o seu falhanço é a beleza do seu filme. Bastar-lhe-ia ter mostrado um plano, o último, para se negar: para onde vamos, quando o homem da máquina de filmar a põe ao ombro e se dirige à saída? Ficarão os nossos olhos, solidários, na solidão fria do projector, ou iremos atrás daquele homem, manequim, sim, como os outros, habitar as ruas da cidade que enxagua a cara ainda estremunhada para mais um dia de novo teatro, de histórias, de sonhos renovados?

anabela moutinho disse...

('tou a fazer birra. enquanto só tiver um comentário, mesmo que teu, não respondo. birra, já disse)

Anónimo disse...

intiresno muito, obrigado