IndieSugestão

Olá a todos,
Deambulando pela programação do Indie deste ano, não pude deixar passar em claro uma fatia bem importante da programação do indie, que talvez tenha algum (para não dizer muitíssimo...) interesse para o Cineclube, em especial, para as tão propaladas sessões nos Artistas, cuja realização, ao que sei, tem sido objecto de algumas propostas de algumas pessoas ligadas ao Cineclube.
Assim sendo, aqui deixo a sugestão aos interessados, para uma colaboração com o indie, não só no que diz respeito ao concurso do festival (e já agora, a secção Herói Independente sobre o Guérin e sobre o Jhonny To tb é qquer coisa de bem especial... ), mas essencialmente chamo a atenção para a secção Indiemusic, que basicamente traz coisas como estas:
- Joe Strummer - The Future is Unwritten, de Julian Temple;
- Joy Division, de Grant Gee;
- Lou Reed's Berlin, de Julian Schnabel;
- Patti Smith: Dream of Life, de Steven Sebring;
- Scott Walker: 30 Century Man, de Stephen Kijak;
Talvez pedir demais,face a um infindável rol de questões que estas actividades colocam, mas esta poderia ser uma excelente, rara, e enfim... quase perfeita oportunidade, para retomar uma actividade nos Artistas, num âmbito perfeitamente coincidente com as linhas de actividade das duas instituições, e cujo interesse é, a meu ver, inquestionável.
Beijinhos

março é hoje

Cinatrium, 21h30

CICLO Desistir ou resistir, eis a questão


Dia 5
ESTRELA SOLITÁRIA, Wim Wenders, França / Alemanha / EUA, M/ 12, 2005, 122’

Estrela Solitária marca o regresso da colaboração entre Wim Wenders, realizador alemão com uma longa e notável carreira, e o escritor e argumentista Sam Shepard, mais de vinte anos depois de assinarem juntos um dos mais belos filmes do cinema contemporâneo: Paris.Texas, Mostrou nesse filme a sua capacidade para registar as características de certa parcela do povo americano e do ambiente muito peculiar de determinadas zonas do Sul dos Estados Unidos. Em Estrela Solitária retoma um tanto o mesmo rumo, através de um conto de sua autoria muito bem trabalhado para argumento cinematográfico com a colaboração de Sam Shepard, que em paralelo desempenha o principal papel.


Dia 12
CLIMAS, Nuri Bilge Ceylan, Turquia / França, M/ 12, 2006, 101’

O realizador e argumentista Nuri Bilge Ceylan estreia-se como protagonista junto da sua mulher, Ebru Ceylan, num filme que analisa com extrema crueza, e por vezes até um humor mordaz, as alterações da temperatura emocional de uma relação. O amor, o compromisso e o desejo vão do calor intenso ao frio gélido, do Verão mediterrânico ao rigoroso Inverno do leste. Climas (vencedor do Prémio Fipresci na edição de 2006 do Festival de Cannes) é um drama íntimo, onde as faces são a paisagem e onde, à falta de palavras, os sentimentos se revelam. Climas entra destemidamente num território caro ao que conhecemos por "cinema moderno": a intimidade conjugal, a radiografia da relação de um casal. Não por acaso, os nomes que mais têm sido citados a propósito de "Climas" são nomes de cineastas italianos - Antonioni ou Rossellini. O tipo de aproximação ao casal e à intimidade operado por Ceylan, entre silêncios e mistérios, ecoa de facto algum do cinema desses "avatares" italianos da modernidade, sem que haja nele qualquer matéria referencial.



Dia 19
A PONTE, Eric Steel, EUA / Reino Unido, M/ 12, 2006, 93’

Muitas pessoas optam por pôr termo à vida na Golden Gate Bridge mais do que em qualquer outro local no mundo. O concreto número de mortes nesse local é chocante mas talvez de forma alguma surpreendente. Se alguém se quiser suicidar, existe uma estranha lógica em seleccionar uma forma que é quase sempre fatal e um local que é mágico, misteriosamente belo.
O realizador e equipa de filmagem passaram o ano todo de 2004, um ano inteiro, a olhar cuidadosamente para a Golden Gate Bridge com câmaras ligadas durante todo o dia, a filmar a maior parte dos vinte e quatro suicídios e muitos outros que resultaram em tentativas falhadas. Adicionalmente o realizador captou quase 100 horas de entrevistas incrivelmente francas, profundamente pessoais e muitas delas tocantes, com as famílias e amigos destes suicidas, com testemunhas que estavam a caminhar, a andar de bicicleta, a conduzir na ponte, a surfar, a fazer Kiteboarding ou a andar de barco por baixo da ponte, e também com muitos de outros suicidas. A PONTE é um documentário alarmantemente profundo e poético, uma jornada visual e visceral por um dos tabus mais graves da vida. É um filme que vai garantidamente perdurar na sua mente depois de sair do cinema, quer queira, quer não. - Première Magazine

Dia 26
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA, Julian Schnabel, França / EUA, M/ 12, 2007, 122’

A 8 de Dezembro de 1995, um acidente vascular cerebral (AVC) mergulha o jornalista Jean-Dominique Bauby num coma profundo. Ao acordar, descobre que todas as suas funções motoras estão deterioradas. Está encerrado no seu corpo - apenas consegue controlar o movimento de um olho. E será esse órgão a sua ligação com o mundo e com a vida. Será a piscá-lo que começa por indicar "sim" ou "não" até avançar para a sinalização de letras do alfabeto, construindo palavras e frases. Será assim também que escreverá "O Escafandro e a Borboleta", cujas frases memorizou antes de ditar. Esse livro e este caso verídico estiveram na base deste filme protagonizado por Mathieu Amalric e realizado por Julian Schnabel, que conquistou o prémio de melhor realizador em Cannes 2007.