ana, todos os que não estiveram,

o que foi então (n)o dia 18.

cerca de 300 pessoas.

dedicámos a noite àqueles sem, efectivamente, ela não teria existido: os 41 sócios subscritores da peça encomendada ao Sassetti. tais nomes estavam contidos no programa de sala, mas foram nomeados um a um (incluindo o teu, ana, claro!). desses 41, destacámos no entanto, como símbolo dos extraordinários sócios que ao longo destes 51 anos têm sido a razão da nossa existência e do nosso trabalho, a Cristina Ricardo. se há tributos que em vida não houve oportunidade de fazer...

sassetti entra. com o seu habitual, e elegante, fato preto; barreto com calça bege e t shirt preta; frazão não me lembro!!!!! :D:D:D era de cinzento, não era?

salto as palavras que ele foi dizendo; a duração da suite -não olhei para o relógio - deve ter rondado os 30/40 minutos.

em 4 movimentos.

I e II (tocados sem interrupção) - temas lentos, líricos, íntimos; feitos de muitas pausas (o I); arquitectado, o II, como uma espécie de maré a encher.
III (apresentado por sassetti como sendo inspirado no Teatro dos Robertos propriamente dito) - tema rápido, mais jazzístico, com espaço para solo - brilhante - do barreto e igualmente do frazão.
IV (apresentado também por ele) - música não original - um bolero tradicional que encontras/am aqui, pois não o obtive de outra maneira; seguindo o link, carregar na setinha do lado esquerdo do título da música, Historia de un Amor; muito célebre à época; sassetti disse dele, e a propósito de o ter decidido incluir como IV movimento e final da sua suite: «tem tudo a ver com o filme». e tem)

muitas palmas, particularmente no final do II movimento. aquele final-final (o do IV movimento-bolero) foi um pouco anti-climax. ele, sassetti, não nos deu grande hipótese, pois agarrou-se de novo ao microfone para anunciar que ia então iniciar-se a parte do concerto que celebrava o propriamente dito 10º aniversário do trio dele.

(diga-se no entretanto que o trio foi magnífico, a suite está belissimamente construída, que o entendimento entre os 3 foi perfeito e que sim, ana/todos, a suite foi realmente inspirada no filme, tem a ver com ele, refere-se a ele sem o ilustrar, e sassetti foi muito, muito sério na maneira como encarou esta encomenda. como eu pessoalmente já sabia que ia acontecer. é um grande criador e um grande profissional, o sassetti. sim.)

essa 2ª parte do concerto foi preenchida com os seguintes temas dos dois discos por eles editados:

do 2º, Ascent (2005, com a participação também de Aj da Zupancic no violoncelo e Jean-François Lezé no vibrafone), este (que eu cortei neste ficheiro, pois o cd inclui um outro em primeiro lugar na mesma faixa):


do 1º, Nocturno (2002), este:


e, introduzido por Sassetti como uma referência ao repertório - e estilo - dos primeiros anos do Trio, estes dois temas, magnificamente ligados entre si (acordei no dia seguinte a cantarolar mentalmente o de Monk, que tenho quase a certeza absoluta, portanto, que foi este; mas se a memória me estiver a trair, apitem):


muitas palmas, muita gente a aplaudir de pé.

tinha sido anunciada uma surpresa para o final.

e foi! surpresa!

vê lá que, se 3 dias antes do evento, tinhamos sabido que a viúva do realizador ernesto de sousa tinha sabido do evento e desejado ir (e claro que veio como nossa convidada), 2 dias antes receberamos uma carta, com um folheto de uma exposiçao de Robertos que está a acontecer no Espaço Lúdico de Albufeira até dia 25. Enviada por quem dela é responsável, o sr Francisco Mota, um dos últimos bonecreiros existentes, grande apaixonado por aquela arte e da respectiva história conhecedor! Ainda por cima escrevia, nesse folheto, que tem material inédito sobre o filme Dom Roberto! Deixava um número de telemóvel... Pedimos logo autorização ao Teatro! E assim, a troco de coisa nenhuma, foi então até ao teatro fazer a apresentação da peça tradicional O Freguês Caloteiro! E foi uma curte! Toda a gente ficou, em meio-círculo, a assistir e a rir e... olha, foi espectacular.

depois viemos todos embora.


e foi assim, ana/todos os que não estiveram.

muito bonito.

penso eu de que.



(mas ana, tu estiveste lá sim... )

4 comentários:

Ana Soares disse...

Eu ca quando morrer quero arranjar um vidrinho que me de para beber e ir para todos os lados ao mesmo tempo. Assim nao perderei pitada. Estive, sim ;-)

Ana Soares disse...

Ah - esquecia-me de agradecer, Anabela e Xantipa, pelos relatos.
Ao Anonimo 1, nos comentarios ao post anterior: sim, claro que poderia ter sido mais comedida. Deixei-me levar pelo entusiasmo de querer saber o que se estava a passar; fez bem ter-me chamado a atencao. Ao Anonimo 2: tambem me parece que nao e preciso tanta regra e que se deve prezar a liberdade de postar como se quiser. Seja como for, estou contente com os relatos e as reaccoes.

Xantipa disse...

Olha, mais uma coisa, Ana: o nome da peça em fantoches devia ser aquela que a Anabela disse, que ela não se engana nessas coisas, mas aque o bonecreiro deu é mais divertido: «O Barbeiro diabólico»!
Ih! Ih! Ih!
Beijinhos!

anabela moutinho disse...

olha, a anabela pelos vistos enganou-se sim! mas ele referiu o titulo que eu disse, não foi?... e se calhar escapou-se-me / não ouvi o resto...?