Conto de Inverno
Os personagens de Rohmer são sempre encantadores, reais. Pessoas com sonhos, desejos, esperanças e traumas. As personagens importam mais do que o enredo. São os sentimentos, impulsos, encontros e desencontros que guiam a história, e não o contrário. Em Conto de Inverno, Felicie é facilmente reconhecível: alguém que amou intensamente, um amor que não foi fechado, e por isso ela não consegue continuar a viver afectivamente sem encerrar este ciclo.
Os personagens de Rohmer são sempre encantadores, reais. Pessoas com sonhos, desejos, esperanças e traumas. As personagens importam mais do que o enredo. São os sentimentos, impulsos, encontros e desencontros que guiam a história, e não o contrário. Em Conto de Inverno, Felicie é facilmente reconhecível: alguém que amou intensamente, um amor que não foi fechado, e por isso ela não consegue continuar a viver afectivamente sem encerrar este ciclo.
Há tristeza em Conto de Inverno, mas nunca desânimo ou melancolia. Além disso, quando Felicie encontra finalmente a fé, o filme resgata outro elemento recorrente em Rohmer – as coincidências, a acção do destino para empurrar a acção até um ponto absolutamente inusitado. Esta situação surpreendente encaminha o filme a um final capaz de elevar a moral de qualquer um. A última cena, com a câmera parada na imagem de Elise chorando, é absolutamente emocionante. Como todos os filmes de Rohmer, Conto de Inverno não é um cinema de epifanias ou malabarismos técnicos, mas um cinema de gente calorosa, com cheiro de vida. Um cinema imprevisível e estimulante sobre o amor.
'cine-repórter'
Eric Rohmer aujourd’hui encore est l’un des rares à nous livrer des films sur la pensée et la perception du monde, qui sont sans doute deux des notions à nous définir le plus comme individus. Car les cinéastes et les films oublient trop souvent de se pencher sur ces affrontements des réalités subjectives, comment la vie peut exister d’abord par les différentes interprétations qu’on en fait. Or l’art cinématographique est sans doute un de ceux qui peuvent le plus aisément explorer ces questionnements. La caméra, la mise en scène fait office de tiers "objectif" faisant ressortir toutes ces ambivalences dans la compréhension sans doute impossible de l’autre, de l’instant et de l’amour. Parfois ironique, toujours ouvert à de riches ambiguïtés, Rohmer ne cède jamais à la facilité et continue à intervalles réguliers son œuvre absolument unique. Un cinéma qui n’a pour seuls artifices que ceux dont on se sert continuellement : les mots, la communication. Eric Rohmer c’est de la danse plus que des paroles. Avec Conte d’Hiver , il fait en quelque sorte un point définitif sur une question qui hante son cinéma : la confrontation du quotidien et du réel à l’idéal et l’absolu.
'cinétudes'
Título original: Conte d’Hiver
Realização: Eric Rohmer
Argumento: Eric Rohmer
Interpretação: Charlotte Very, Frédéric Van Den Driessche, Michel Voletti, Hervé Furic
Direcção de Fotografia: Luc Pagès
Música: Sebastian Erms
Montagem: Mary Stephen
Origem: França
Ano de estreia: 1991
Duração: 110’
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