a tentação de dizer que o filme do tom ford parece com os seu fatos é grande. e pode parecer um cliché. mas por ser cliché não é menos verdade. sóbrio e moderno. limpo. sem excessos. mas tão sem excessos, tão sem excessos que se percebe a mão do estilista. e realizador. um bom filme, bons actores, boas imagens e uma excelente história. li o livro do isherwood há vários anos. e dele tinha apenas uma lembrança: um percurso entre a casa e a universidade que se repetia vezes sem conta. e que se tornara invisível para o condutor - um homem só. e é desta solidão, ou da condição humana que pode ser traduzida, muitas vezes, pela solidão, que nos fala o escritor. e também o filme. e tanto num como no outro vemos que a solidão é um espaço que habitamos, é uma roupa que decidimos vestir. por isso não gostei da tradução do título do filme: um homem singular. porque singular não é necessariamente solitário. e mais do que um homem singular, porque ele é apenas mais um que vive esta condição demasiado humana, ele é um homem só. e o filme trabalha com esmero o em torno, os detalhes, o cenário. é um bom filme, acho eu. demasiado contido e bem vestido. mas temos de aprender a olhar também para as aparências. nem sempre o que devemos ver está, necessariamente, escondido.
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