DIA 11 FEVEREIRO
HISTÓRIAS QUE CONTAMOS, Sarah Polley, Canadá, 2012, 108’, M/12
FICHA TÉCNICA
Título
Original: Stories We Tell
Realização:
Sarah Polley
Argumento:
Sarah Pollery
Fotografia:
Iris Ng
Montagem:
Mike Munn
Origem:
Canadá
Ano:
2012
Duração:
108’
SINOPSE
A família de Sarah Polley, tal como todas as
famílias, é tudo menos simples. Quando é revelado um grande segredo que a
envolve directamente, ela é já conhecida pelo seu trabalho como actriz e
realizadora. Agora, decidida a compreender a “verdade” e conhecer mais
profundamente a sua falecida mãe, Polley decide questionar as pessoas mais
próximas e fazer um documentário onde todos reflectem sobre o seu passado.
Assim, tentando decifrar as incoerências e os pontos comuns, a realizadora
demonstra como cada história que contamos nunca deixa de ser, essencialmente,
um ponto de vista particular.
Um documentário revelador e intimista sobre o
amor e a verdade da memória, que conta com argumento e realização da
actriz-realizadora canadiana Sarah Polley (“Longe Dela”) e narração de Michael
Polley, o marido da sua falecida mãe.
PRÉMIOS
“Melhor
Documentário”, nos Prémios Genie 2013.
“Melhor
Filme Canadiano”, pela Associação de Críticos de Toronto 2013.
TRAILER
CRÍTICA
A partir de uma história familiar, a atriz
canadiana Sarah Polley explora o modo como o cinema conta histórias.
Conhecemos Sarah Polley mais como atriz (de filmes de Atom Egoyan, David Cronenberg ou Terry Gilliam) do que como realizadora - Longe Dela (2006), adaptação de Alice Munro que valeu a Julie Christie nomeação para o Óscar, saiu direto em DVD, Notas de Amor (2011) teve uma estreia confidencial no início deste ano. Mas Histórias que Contamos, a sua terceira longa-metragem é, de muito longe, a sua obra mais interessante; e a sua estreia entre nós coincide com a de outros filmes que partilham a vontade de questionar o que reside por trás das histórias que contamos sobre a nossa vida. Na teoria, é um documentário sobre Diane, mãe da realizadora, atriz e diretora de casting que morreu de cancro ainda Sarah era menina. Na prática, Histórias que Contamos transforma-se numa meditação sobre o modo como escolhemos contar ou registar as nossas próprias histórias, como procuramos que a nossa vida se enquadre numa narrativa precisa e linear.
Conhecemos Sarah Polley mais como atriz (de filmes de Atom Egoyan, David Cronenberg ou Terry Gilliam) do que como realizadora - Longe Dela (2006), adaptação de Alice Munro que valeu a Julie Christie nomeação para o Óscar, saiu direto em DVD, Notas de Amor (2011) teve uma estreia confidencial no início deste ano. Mas Histórias que Contamos, a sua terceira longa-metragem é, de muito longe, a sua obra mais interessante; e a sua estreia entre nós coincide com a de outros filmes que partilham a vontade de questionar o que reside por trás das histórias que contamos sobre a nossa vida. Na teoria, é um documentário sobre Diane, mãe da realizadora, atriz e diretora de casting que morreu de cancro ainda Sarah era menina. Na prática, Histórias que Contamos transforma-se numa meditação sobre o modo como escolhemos contar ou registar as nossas próprias histórias, como procuramos que a nossa vida se enquadre numa narrativa precisa e linear.
O centro do filme é
a paternidade biológica da realizadora: durante muito tempo corria na família
Polley, em jeito de piada, que Sarah não era muito parecida com o pai. Mas
quando se percebe que essa piada pode ter um fundo de razão - a conceção de
Sarah coincidiu com uma temporada em que Diane esteve em Toronto a atuar numa
peça - a dúvida instala-se. Tínhamos até aqui um documentário relativamente
linear, cruzando depoimentos contemporâneos do pai, irmãos e irmãs de Sarah e
de amigos e colegas do casal com imagens de filmes familiares em super-8,
articulado à volta de uma narração em off, lida pelo pai. Passamos a um objeto
montado sobre a ambiguidade, onde a verdade perde os contornos de certeza
absoluta e é relativizada por imagens que se traem a si próprias como apenas
possíveis versões do que aconteceu realmente.
Enquanto filme que
se questiona e desmonta a si próprio à medida que avança, Histórias que
Contamos é um primo do Terra de Ninguém de Salomé Lamas que chegará às salas na
próxima semana; ao abordar a necessidade humana de criar histórias para fazer
sentido da nossa vida, partilha elementos com A Mentira de Armstrong de Alex
Gibney (atualmente em exibição). A sua aparente banalidade de “história
familiar” esconde um discreto trabalho de teorização das questões, mesmo que,
entre redundâncias e sugestões, o filme esteja longe de ser perfeito e por
vezes pareça que Polley não está inteiramente em controlo do seu projeto.
Histórias que Contamos não deixa por isso de ser um trabalho inteligente, um
contributo relevante para o atual momento dos cinemas ditos “do real”.
Jorge Mourinha,
Ípsilon
Sarah
Polley transforma a sala de cinema numa sala de confissões no documentário
«História que Contamos». A realizadora junta os seus familiares e alguns amigos
para recordar a mãe, mas vai mais além, já que aborda a sua própria existência,
a sua concepção. Uma obra que fala acima de tudo sobre a família e como o
ambiente familiar marca o nosso passado, presente e futuro.
O que mais espanta em
«História que Contamos» é a frontalidade com que todos falam sobre os vários
momentos determinantes da família Polley, sendo a relação entre a mãe da
realizadora, Diane, e o pai, Michael, o tema central de tudo. A primeira devido
a sua ligação extra-conjugal, o segundo pela lucidez de ver no presente o
passado da família, sem complexos e juízos de valor.
Enquanto Diane é recordada por todos devido a sua vivacidade, a sua rebeldia, a sua coragem e o consequente vazio que deixou após a morte por cancro, Michael lê nos nossos dias as suas memórias, algo fundamental para a compreensão global, já que a sua leitura une muitas vezes os fios soltos deixados no caminho pelas restantes narrativas, oriundas dos irmãos, tios e amigos aquando conversam com Sarah.
«História que Contamos» é um retrato fiel da instituição família, da sua frágil composição, dos seus segredos, das suas alegrias, tristeza, frustrações e anseios, da sua unidade, dos seus conflitos, dos seus elos, etc. A realizadora constrói aos poucos a história da sua família com o depoimento de todos, num enorme puzzle que é montado apenas por ela própria (algo que é colocado em causa no próprio filme, já que o espectador vê a verdade que Sarah pretende contar), em determinado momento elemento crucial do documentário, peça fulcral de toda a história familiar dos Polley.
Enquanto Diane é recordada por todos devido a sua vivacidade, a sua rebeldia, a sua coragem e o consequente vazio que deixou após a morte por cancro, Michael lê nos nossos dias as suas memórias, algo fundamental para a compreensão global, já que a sua leitura une muitas vezes os fios soltos deixados no caminho pelas restantes narrativas, oriundas dos irmãos, tios e amigos aquando conversam com Sarah.
«História que Contamos» é um retrato fiel da instituição família, da sua frágil composição, dos seus segredos, das suas alegrias, tristeza, frustrações e anseios, da sua unidade, dos seus conflitos, dos seus elos, etc. A realizadora constrói aos poucos a história da sua família com o depoimento de todos, num enorme puzzle que é montado apenas por ela própria (algo que é colocado em causa no próprio filme, já que o espectador vê a verdade que Sarah pretende contar), em determinado momento elemento crucial do documentário, peça fulcral de toda a história familiar dos Polley.
Pai,
tios, amigos, irmãos. Todos reconstroem os “Polleys”, sem temor todos falam na
"terapia", apesar do receio inicial. As várias histórias que formam a
História da família são construídas de forma serena e emocional. Sempre através
de imagens de Super 8, com a realizadora a recorrer a atores para recriar os
momentos dos seus familiares no passado. O presente, pelo contrário, é sempre
real, verídico, factual.
O espectador acompanha sem problemas a viagem apresentada por Sarah Polley, que apresenta um relato íntimo dos seus familiares, mas sem o peso moral que sempre acompanha este tipo de relatos. Um documentário antes de tudo sincero, com ares de policial, emocional sem ser lamecha. E de uma frontalidade admirável.
Em resumo, uma história que merece ser contada.
O espectador acompanha sem problemas a viagem apresentada por Sarah Polley, que apresenta um relato íntimo dos seus familiares, mas sem o peso moral que sempre acompanha este tipo de relatos. Um documentário antes de tudo sincero, com ares de policial, emocional sem ser lamecha. E de uma frontalidade admirável.
Em resumo, uma história que merece ser contada.
Pedro Justino Alves, diariodigital.sapo.pt/
“Genial.
Nunca esquecerei ‘Histórias Que Contamos’.”
Krista
Smith, VANITY FAIR
"Notável. Há que ver para se acreditar."
"Notável. Há que ver para se acreditar."
A.O.
Scott, THE NEW YORK TIMES
“Extraordinário. A corajosa busca de Polley para descobrir os segredos da sua família desenrola-se como um verdadeiro thriller.”
“Extraordinário. A corajosa busca de Polley para descobrir os segredos da sua família desenrola-se como um verdadeiro thriller.”
Peter Howell,
TORONTO STAR
“Um triunfo. Uma meditação íntima sobre família, memória, verdade, amor e fidelidade.”
“Um triunfo. Uma meditação íntima sobre família, memória, verdade, amor e fidelidade.”
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