O JARDIM DA ESPERANÇA | 13 AGO | CLAUSTROS MUSEU MUNICIPAL FARO | 22H



O JARDIM DA ESPERANÇA
Niki Caro
CZ/UK/EUA, 2017, 124’, M/14

FICHA TÉCNICA
Título Original: The Zookeeper's Wife
Realização: Niki Caro
Argumento: Angela Workman, baseado no livro de Diane Ackerman
Montagem: David Coulson
Fotografia: Andrij Parekh
Música: Harry Gregson-Williams
Interpretação: Jessica Chastain, Johan Heldenbergh, Daniel Brühl, Timothy Radford
Origem: República Checa/Reino Unido/EUA
Ano: 2017
Duração: 127’

 


CRÍTICA
A guerra vivida a partir de um Jardim Zoológico
Mais uma história que evoca os tempos da Segunda Guerra Mundial: "O Jardim da Esperança" retrata a situação dramática no Jardim Zoológico de Varsóvia, na sequência da invasão da Polónia pelas tropas de Hitler.
Uma semana depois da estreia do extraordinário "Paraíso", de Andrei Konchalovsky, chega ao mercado português "O Jardim da Esperança", de Niki Caro, mais um filme sintomático do empenho de alguns cineastas contemporâneos na revisitação das memórias do Holocausto. O novo título não terá o fulgor e a complexidade do anterior, mas não deixa de ser um objecto apostado em reler e reencenar a história através de algum grau de perturbante realismo.
Trata-se, aliás, de um filme inspirado em personagens verídicas. Mais concretamente, "O Jardim da Esperança" parte do livro homónimo de Diane Ackerman (Ed. Presença), sobre a odisseia de Jan e Antonina Zabinski, tratadores do Jardim Zoológico de Varsóvia no momento em que as tropas de Hitler invadiram a Polónia (1 Set. 1939), desencadeando a Segunda Guerra Mundial. Muito para além da defesa dos animais, o casal empenhou-se nas tarefas de resistência aos invasores, conseguindo esconder dezenas de judeus nas instalações do Zoo, evitando que fossem enviados para os campos de extermínio.
Num registo de drama histórico sobriamente clássico, o filme de Niki Caro tem como primeiro e decisivo trunfo a consistência do elenco, sendo inevitável destacar a admirável Jessica Chastain, no papel de Antonina, confirmando a delicadeza e versatilidade do seu imenso talento. No lançamento do drama, é especialmente importante que a sua relação com os animais seja tão intensa e verosímil, contrariando qualquer visão pitoresca daquele tão peculiar contexto.



Em última instância, "O Jardim da Esperança" pode ser considerado um significativo exemplo dos domínios da chamada produção independente americana, directa ou indirectamente ligada aos mais diversos contextos. Nesta perspectiva, vale a pena recordar a presença do belga Johan Heldenbergh no elenco (na personagem de Jan) e também o facto de a realizadora Niki Caro ser neozelandesa — isto sem esquecer que o essencial da rodagem decorreu na República Checa. 
João Lopes, Cinemax 

CURTA METRAGEM DE ABERTURA DA SESSÃO



 CLANDESTINO, Abi Feijó, PT, 2000, 7'
Na manhã do dia 24 de Dezembro, um cargueiro entra no porto. A bordo, traz um clandestino, que tenta, durante a noite, alcançar terra firme. Ao longo da corda, o caminho que o levará à liberdade é longo e penoso. Desesperado e nos limites das suas forças, é salvo por um polícia que o deixa ir. Confuso, corre cegamente, convencido de que o polícia queria atingi-lo pelas costas… e então ouve um grito à distância: “Feliz Natal!!”

  

Sem comentários: