TAKLUB | 31 JANEIRO | 21H30 | IPDJ



TAKLUB
Brillante Ma. Mendoza
Filipinas, 2015, 97', M/14

FICHA TÉCNICA
Realização: Brillante Ma Mendoza
Argumento: Honeylyn Joy Alipio   
Montagem: Kats Serraon  
Fotografia: Odyssey Flores    
Música: Diwa de Leon    
Interpretação: Nora Aunor, Ruby Ruiz, Soliman Cruz, Rome Mallari, Shine Santos, Julio Diaz, Lou Veloso, Aaron Rivera
Origem: Filipinas
Ano: 2015
Duração: 97’

FESTIVAIS
Festival de Cannes




SINOPSE

Após a passagem do tufão Haiyan, o maior conhecido até à data que devastou a cidade de Tacloban, nas Filipinas, a vida de Bebeth, Larry e Erwin irá cruzar-se.
Bebeth está à procura de três dos seus filhos, e tenta identifica-los através da análise ao ADN dos corpos enterrados em valas comuns. Larry, que perdeu a esposa, encontra consolo ao aderir a um grupo de católicos devotos que carregam a cruz por toda a cidade. Erwin, com o seu irmão mais velho, procura esconder da sua irmã mais nova a morte dos pais.
Como se a perda da sua família não bastasse, uma série de acontecimentos continuará a por à prova a sua resistência, tal como a das restantes pessoas, que aguardam o momento em que poderão secar as lágrimas que fluem, lentamente.


CRÍTICA
Entre documentário e ficção
Brillante Mendoza continua a filmar os dramas do seu país, Filipinas, desta vez evocando a destruição gerada por um tufão: "Taklub" é um exemplo modelar de inscrição dos actores numa narrativa com muitas componentes documentais.
Através de títulos como "Kinatay" ou "Lola" (ambos de 2009), o filipino Brillante Mendoza tem colocado o seu país no mapa internacional do cinema, nomeadamente através de emblemáticas presenças em grandes festivais — "Kinatay", por exemplo, valeu-lhe o prémio de melhor realizador em Cannes.
Agora, podemos reencontrar o seu trabalho, sempre a meio caminho entre documentário e ficção, através de "Katlub", uma realização de 2015 que dá conta da devastação gerada pela passagem do tufão Haiyan, em 2013.
O filme estava para ser, precisamente, um documentário puro, dando conta da destruição de vidas e habitações — e, em particular, da resistência dos sobreviventes. O certo é que Mendoza preferiu criar uma teia narrativa de calculada ambiguidade, em que a constatação dos estragos vai a par de uma ficção construída com actores.
Nora Aunor, a intérprete principal, assume a personagem de uma mulher que, através de análises de ADN, tenta perceber se os seus filhos estão, ou não, entre os muitos cadáveres. O resultado é um filme que surpreende pela crueza do testemunho, tanto quanto pela vibração emocional das relações humanas — um bom exemplo da vitalidade contemporânea do(s) realismo(s).
João Lopes, rtp.pt/cinemax


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